A Comissão Europeia anunciou hoje a ativação, a pedido de Portugal, do Programa de Observação da Terra da União Europeia (Copernicus) para monitorizar o incêndio que deflagrou em Castro Marim e que já mobiliza mais de 600 operacionais.
A informação foi divulgada pelo Copernicus, que é coordenado e gerido pela Comissão Europeia e executado em parceria com os Estados-membros da União Europeia (UE), a Agência Espacial Europeia, a Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos, o Centro Europeu para as Previsões Meteorológicas a Médio Prazo e outras agências europeias.
Dados divulgados esta manhã pelo Copernicus, através da sua página na rede social Twitter, dão então conta desta “nova ativação” do programa em Castro Marim, num incêndio que mobilizava, perto das 12:30, 630 operacionais, oito meios aéreos e 209 viaturas, segundo a página da Proteção Civil portuguesa.
“Durante aquele que promete ser um verão recorde em termos de número de ativação da cartografia de emergência, fomos agora encarregados de monitorizar um incêndio no distrito de Faro, na região do Algarve”, anunciou o programa naquela plataforma.
O Copernicus, que tem sempre de ser ativado a pedido dos países da UE, faculta serviços de informação baseados na observação por satélite e de sistemas de medição terrestres, aéreos e marítimos destinados a ajudar os prestadores de serviços e autoridades públicas, neste caso, a Proteção Civil portuguesa.
O combate ao incêndio, que teve início no concelho de Castro Marim na madrugada de segunda-feira, mas avançou à tarde para os municípios de Tavira e Vila Real de Santo António, tem sido dificultado pelos ventos fortes. As chamas obrigaram à retirada de casa de cerca de 80 pessoas ao longo da noite, segundo a Proteção Civil e os municípios.
Foram criadas duas zonas de apoio à população, no Azinhal, Castro Marim, e em Tavira.
Numa conferência de imprensa esta manhã, o comandante das operações de socorro referiu que este fogo rural afetou já uma área de cerca de 9.000 hectares, depois de registar uma “taxa de expansão de 650 hectares por hora”.
Segundo Richard Marques, o fogo “lavrou com muita intensidade, atingindo um perímetro de 43 quilómetros, numa área afetada de cerca de 9.000 hectares”.
“O potencial deste incêndio é de 20.000 hectares”, acrescentou.
O comandante referiu que, apesar das difíceis condições meteorológicas, com temperaturas elevadas e vento forte, foi possível durante a noite “executar o plano estratégico de ação” e que hoje está a ser consolidado o grande objetivo de “sustentar a capacidade de travar” a progressão das chamas.
Apesar dos danos materiais, com casas e culturas atingidas, numa contabilização ainda por fazer, apenas um bombeiro ficou ferido, sem gravidade.