Três helicópteros ligeiros e 504 operacionais integram no Alto Tâmega e Barroso, distrito de Vila Real, o Dispositivo de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2025 na fase mais crítica, de 01 de julho a 30 de setembro.
O comandante sub-regional do Alto Tâmega e Barroso, Artur Mota, descreveu hoje à agência Lusa esta região como “problemática em termos de risco de incêndio” pela continuidade dos combustíveis, designadamente a mancha de pinhal bravo contínua no vale do Tâmega.
“Milhares de hectares de pinheiro bravo, que é uma espécie que arde muito e com muita intensidade”, sustentou, destacando também o “muito trabalho feito” em termos de redes primárias.
O comandante, que falava após a apresentação do dispositivo, em Chaves, disse que a atenção dos operacionais vai também estar centrada em áreas que não foram atingidas pelos incêndios no ano passado, como por exemplo Valpaços, destacando ainda a boa articulação entre todas as forças envolvidas no esforço de travar os incêndios.
O DECIR 2025 foi ativado no dia 15 de maio e apresenta diferente níveis de empenhamento operacional, com o Delta – de 01 de julho a 30 de setembro – a corresponder ao período considerado mais crítico de risco de incêndios, apresentando, por isso, um reforço de meios empenhados.
Nesta fase, a região que abarca os concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar contará com três helicópteros ligeiros sediados no Centro de Meios Aéreos (CMA) de Chaves (2) e Ribeira de Pena (1) e um total de cinco equipas da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, com 23 elementos.
Nos corpos de bombeiros deste território estarão disponíveis 56 equipas (combate, apoio logístico ou comando, etc.) com 274 elementos e 56 veículos.
Nesta contabilidade incluem-se as 20 equipas de intervenção permanente existentes nas corporações de bombeiros, com 120 elementos, mas que, segundo Artur Mota, estão ao serviço de todas as ocorrências e, por isso, não podem ser retirados das suas áreas de intervenção.
Por parte do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) haverá 32 equipas de sapadores florestais (160 elementos), duas brigadas de sapadores florestais (30 elementos) e quatro equipas (17 elementos) do Corpo Nacional de Agentes Florestais (CNAF).
Em 2024, arderam 8.602 hectares nesta região e, este ano, contabilizam-se cerca de 1.500 hectares de área ardida.
Presente nesta apresentação do DECIR 2025 para este comando sub-regional, Nuno Vaz, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso e da Câmara de Chaves, considerou que esta época vai ser “muito exigente” por causa do combustível espalhado pelo território, em consequência das condições meteorológicas (chuva e calor) que proporcionaram o crescimento da vegetação de “forma desmesurada”.
Mas também porque, segundo referiu, as estatísticas “mostram que há uma predisposição para um incremento de incêndios” em ano de eleições autárquicas, pelo que considerou que vai ser precisa uma “vigilância permanente” no território, realçando o papel da comunidade como “agente da Proteção Civil”.
Nuno Vaz falou ainda sobre uma preocupação com as acomodações em que os operacionais estão no CMA de Chaves, que neste momento estão instalados num hangar, porque os contentores “ainda não estão disponíveis”.
“O desafio que nós lançamos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) é que, em cooperação com os municípios, procure encontrar uma solução definitiva e a solução definitiva podia ser por exemplo, para evitar estas situações que se repetem ao longo dos anos, construir de forma definitiva instalações da Proteção Civil”, referiu.
Acrescentou que “o município de Chaves está disponível para fazer parte da solução de ter os “profissionais com acomodações adequadas”.