Jerónimo Martins estima em quase 700 mil euros a contribuição sobre lucros extraordinários, que deverá contestar. “Grande mentira”, diz Pedro Soares dos Santos sobre a responsabilidade do sector da distribuição na inflação alimentar
O presidente do grupo Jerónimo Martins, que detém as cadeias de distribuição Pingo Doce em Portugal, Biedronka na Polónia e Ara na Colômbia, disse durante a apresentação dos resultados de 2022 que “o Estado português foi quem mais beneficiou com a inflação e quem menos fez pelas pessoas”, dirigindo duras críticas ao ministro da Economia, António Costa Silva.
“Afinal se calhar nunca saímos da austeridade e a mentira foi explanada no seu total”, disse Pedro Soares dos Santos.
Comentando as afirmações do Governo de que o sector da distribuição tem responsabilidades na inflação alimentar que se vive em Portugal, o líder do grupo de distribuição disse lamentar profundamente as afirmações do ministro da Economia, António Costa Silva: “foram muito infelizes, de quem anda um bocado fora do mundo real em que nós estamos. Acredito que o Governo, pressionado por toda esta contestação social que está a acontecer, procure desviar atenções e foi o que fizeram e depois utilizaram a ASAE para o espetáculo. Foi lamentável mas as pessoas estão a começar a acordar para a verdade dos factos. O discurso já começou a mudar porque as pessoas começaram a perceber que atrás disto tudo havia uma grande mentira”.
Entre as polémicas recentes com o Governo encontra-se a criação da contribuição sobre lucros extraordinários. O valor apurado para o grupo Jerónimo Martins “não chega a 700 mil euros, dos quais 200 mil relativos ao Pingo Doce e o restante relativo a uma pequena empresa na Madeira e que sofreu prejuízos durante a pandemia”, segundo explicou Ana Luísa Virgínia, administradora financeira do grupo.
Questionada sobre se o grupo iria pagar essa contribuição, a gestora referiu que o grupo ”está ainda a ver mas quase de certeza que vai contestar porque depois de ter prejuízos e a recuperar do Covid é extemporâneo estar a penalizar as empresas”.
A administradora explicou a evolução do Pingo Doce para responder à discussão sobre se o sector da distribuição seria responsável pela inflação alimentar atendendo a que esteve sob ataque nos últimos tempos. Em 2018 a margem de lucro líquido da cadeia portugusa de lojas era de 1,1%, tendo crescido para 1,2% em 2019 mas depois desceu para 0,6% e […]
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