O Governo anunciou a criação de um Grupo de Trabalho, liderado por António Carmona Rodrigues, presidente do Grupo Águas de Portugal, que pretende delinear a estratégia do país no que toca à gestão, armazenamento e distribuição eficiente da água.
O Grupo contará ainda com um membro do Conselho Diretivo da APA, responsável pelo setor da água; com o diretor-geral da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR); e o presidente do Conselho de Administração da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, avança o comunicado de imprensa do Executivo.
A comunicação também adianta que, a 22 de maio, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tinha já anunciado, em Faro, esta iniciativa, intitulada “Água que nos une”, que visa garantir, por meio de uma “estreita colaboração” entre o Ministério Ambiente e Energia e o Ministério da Agricultura e Pescas, “que Portugal consegue enfrentar os desafios hídricos futuros, assegurando a disponibilidade de água para todos os usos essenciais e promovendo a sustentabilidade ambiental e social”.
“O Governo decidiu criar um Grupo de Trabalho que, guiado por uma visão multissetorial, irá concluir essa iniciativa até ao fim de 2024, dando origem a um quadro estratégico de desenvolvimento de soluções e potenciais fontes de financiamento público”, sublinha a nota de imprensa.
Nestas soluções, inclui-se o Plano Nacional da Água – a ser promovido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para o período 2025/2035 e uma rede interligada para o armazenamento e a distribuição eficiente de água destinada à agricultura, que será denominada de REGA.
Para a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho “com a adoção desta estratégia, que irá promover a coesão territorial através de uma abordagem integrada na gestão da água, Portugal estará, assim, preparado para enfrentar as alterações climáticas”.
“Esta cooperação interministerial, na gestão dos recursos hídricos portugueses, visa promover uma conservação ambiental mais eficaz, uma maior segurança alimentar e um desenvolvimento económico sustentável. Creio que a ‘Água que une’ trará políticas mais harmoniosas, a possibilidade de infraestruturas conjuntas, tecnologias avançadas, iniciativas de educação e conscientização da sociedade quanto ao consumo de água, e, acima de tudo, virá garantir que os recursos hídricos sejam protegidos e utilizados de forma sustentável para o benefício de todos”, concluiu Maria da Graça Carvalho.
No mesmo sentido, o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, defendeu também que “é urgente avançar para investimentos que possibilitem o armazenamento e a distribuição eficiente da água”.
“Vamos construir uma rede interligada e eficiente de água para a agricultura. Não podemos perder tempo, nem oportunidades, como lamentavelmente aconteceu com o Governo de António Costa, que dispensou 8.300 milhões de euros na vertente dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência. Uma parte deste montante, que estava disponível até 31 de agosto de 2024, seria suficiente para a iniciativa ‘Água que Une’”, explicou ainda José Manuel Fernandes.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.