Amanhã, 18 de Dezembro de 2025, haverá uma importante manifestação em Bruxelas. Não estarei presente, mas estarei certamente bem representado por muitos agricultores portugueses e de toda a Europa que se vão manifestar por muitos motivos, mas essencialmente contra o acordo do mercosul e contra a proposta de redução de 20% do orçamento da próxima PAC, política agrícola comum.
É certo que a Europa precisa de ir buscar a algum lado o dinheiro para se defender, ameaçada por uma Rússia que quer voltar a dominar o território da União Soviética e “abandonada” pelo tradicional aliado americano, mas os decisores europeus não podem esquecer que a agricultura tem que ser estratégica e que a ocupação do território e a produção de alimentos fazem parte da segurança.
Penso que começa a ser evidente que a Europa seguiu nas últimas décadas um caminho demasiado esverdeado e demasiado regulamentado, tudo isso pode ser discutido, inclusive se queremos mais integração ou mais autonomia dos países, mas convém não cair na ilusão dos que querem ver Bruxelas a arder e a União Europeia a terminar.
Uma Europa dividida é o que querem os rivais da Europa, os mesmos que apoiaram o brexit. Para poderem dominar o mundo, económica ou militarmente, querem uma Europa dividida, países divididos, agricultores divididos.
Dividir para reinar e incentivar revoluções para ocupar o poder são estratégias muito antigas que não devemos esquecer para não sermos também nós usados nessa estratégia de divisão. A democracia só será possível com mais diálogo, mais argumentação racional e menos “ódio digital”.
O artigo foi publicado originalmente em Carlos Neves Agricultor.














































