Descendente de apicultores, Soraia Santos estudou as capacidades antioxidantes e antienvelhecimento do mel. Em Roma, a FAO discutiu contribuição das abelhas para os sistemas agro-alimentares.
Soraia herdou o interesse pelas abelhas do avô apicultor “por hobbie”, conta a investigadora portuguesa, o pai também o foi acompanhando. Anos mais tarde, eram as primeiras pessoas em Portugal a ter colmeias térmicas, conta a jovem de 24 anos, e começaram uma empresa. Sempre viveu rodeada de abelhas, tinha colmeias na garagem e, por isso, o zumbido à sua volta e os pés a colarem no chão era coisa do dia-a-dia.
Agora, as colmeias têm sítio próprio e saíram da garagem, “desenvolveram uma empresa a sério, com armazéns, vendas e uma melaria certificada”, conta Soraia Santos. Sempre incentivada pelos familiares a ir “para perto das abelhas”, despertou em si uma curiosidade a que procura responder pela carreira académica na qual “gostava muito de desenvolver tudo o que tem a ver com a apicultura e, nomeadamente, o mel”.
A sua investigação centra-se na influência que a origem geográfica tem nas propriedades do mel. Investigadora que terminou o mestrado em Engenharia Alimentar em Vila Real, testou méis monoflorais (com predominância do néctar de uma determinada flor) para comprovar as propriedades antioxidantes deste produto das abelhas.
Ana Barros, responsável pelo Laboratório de Fitoquímicos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), onde foi desenvolvido o estudo Influência da origem geográfica na qualidade, composição fitoquímica e actividade biológica do mel, explicou ao Azul algumas das aplicações que podem ter os compostos bioactivos, como, por exemplo, “um efeito oxidante para combate a radicais livres e dessa forma prevenir doenças do foro cardiovascular, doenças cancerígenas, doenças degenerativas, como de antioxidante para prevenir o envelhecimento da pele”. Por exemplo, o mel de castanheiro, que é do Nordeste transmontano, foi aquele que “revelou ter uma melhor propriedade antioxidante”.
“Já no tempo do Egipto que [o mel] é usado como um produto cosmético com propriedades, por exemplo, anti-inflamatórias”, comenta Soraia, e o estudo veio numa tentativa de comprovar esta utilidade. Agora, vão apostar na aplicação […]