A 10 de julho, decorreu em Vouzela mais uma reunião do Conselho Geral do Centro de Competências do Pinheiro-Bravo.
Este encontro foi presidido pelo Secretário de Estado das Florestas, Eng.º Rui Ladeira, que, juntamente com os Membros presentes, ficou a conhecer a atualização da base de dados de projetos de I&D relacionados com o pinheiro-bravo e os principais resultados de alguns destes trabalhos.
A base de dados de projetos de I&D sobre pinheiro-bravo, cujo relatório pode consultar aqui, inclui atualmente 267 projetos, dos quais 17 estão, atualmente, em execução. Em 2023 havia 18 projetos em desenvolvimento e, desses, 10 foram concluídos no decorrer desse ano, encontrando-se 8 ainda em execução. Desde a última atualização realizada pelo CCPB, iniciaram-se novos 9 projetos de I&D. A linha de investigação “Minimização dos riscos bióticos” é a que reúne mais projetos com 10 dos 17 projetos em atividade.
Procurou-se recolher informação sobre o financiamento destes projetos, sem no entanto ser possível conhecer o valor total devido à inexistência de informação, em alguns casos, e de nem sempre ser possível isolar, em projetos transversais, o financiamento na espécie pinheiro-bravo. Os programas da União Europeia (Horizon2020 e Horizon Europe) financiam 8 projetos, seguindo-se a Fundação para a Ciência e Tecnologia com 4 projetos.
O rePlant foi um dos projetos encerrados que apresentou alguns dos seus resultados, um deles relacionado com questões levantadas em visitas de campo promovidas pelo Centro PINUS, em que testemunhámos várias intervenções tardias em povoamentos de regeneração natural. Ainda que estas situações não tivessem sido intencionais, nas discussões mantidas alguns técnicos manifestavam a opinião que a intervenção tardia poderia ser uma opção de gestão interessante, por possibilitar maiores receitas na venda de material lenhoso para postes e varas. Os resultados apresentados por Paula Soares, do Instituto Superior de Agronomia, apontam que a intervenção tardia em regeneração natural tem várias desvantagens entre as quais: menor volume total e menor dimensão da árvore média no corte final.
Outros dos resultados do rePlant, com a ressalva de serem ainda preliminares, foram apresentados por Nuno Calado da Sonae Arauco. De acordo com este orador, os ensaios de várias espécies e proveniências de Pinus, instalados em diferentes regiões do país em 2022, sugerem a boa adaptação generalizada, com uma proveniência a destacar-se: pinheiros-bravos provenientes do programa de melhoramento genético australiano. Como recordou Isabel Carrasquinho do INIAV, nesta apresentação, estes “campeões australianos” tiveram origem em árvores selecionadas em Portugal e por cá, o programa de melhoramento genético do pinheiro-bravo para o volume e forma está com novo fôlego, graças ao projeto agenda transForm. Estão ainda a ser dados os primeiros passos de um novo programa de melhoramento genético específico para a resinagem, enquadrado no projeto RN21.
Também enquadrado no RN21, está o desenvolvimento de novos métodos de extração de resina apresentados por Emília Silva, da UTAD. Nesta apresentação pode visualizar fotos das parcelas de campo já instaladas em 3 locais do país. Os resultados são ainda muito preliminares, mas sugerem que o saco fechado poderá ser o método mais promissor. Sugerem também que poderão vir a ser recomendadas pastas estimulantes distintas, consoante as regiões.
Luís Bonifácio, do INIAV, apresentou os principais resultados do Grupo Operacional dedicado à gestão integrada do Nemátodo da Madeira do Pinho GI(PiN), que pode visualizar aqui. De acordo com este projeto de I&D, os pinheiros infetados apresentam preferencialmente diâmetros superiores a 20 cm. Assim, tal como defendido por Edmundo Sousa do INIAV neste vídeo, mesmo que seja necessário realizar um corte raso, deve aproveitar-se a regeneração natural.
A dinamização do CCPB atualmente é financiada pelo PRR, nomeadamente o Programa MAIS Floresta (Reforço de Atuação dos Centros de Competência do Setor Florestal). Saiba mais aqui.
Fonte: Centro PINUS