O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, acusou organizações não-governamentais de incendiarem a Amazónia como retaliacação ao facto do seu governo ter cortado financiamentos. Sem apresentar qualquer tipo de prova, segundo a Reuters, o chefe de estado brasileiro disse que “tudo indica” que as ONG estão a “incendiar” a floresta.
Já quando confrontado sobre se tinha provas para as acusações, Bolsonaro respondeu que não tinha “nenhum plano escrito”, defendendo que “não é assim que é feito”. Num direto na rede social Facebook, defendeu que as pessoas relacionadas com as ONG estão “a perder dinheiro” com o corte decretado pela sua presidência.
O número de incêndios no Brasil cresceu 70% este ano, em comparação com período homólogo de 2018, tendo o país registado 66,9 mil focos até ao passado domingo. De acordo com a imprensa brasileira, que cita dados do “Programa de Queimadas” do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma (conjunto de ecossistemas) mais afetado é o da Amazónia, com 51,9% dos casos, seguindo-se o cerrado – ecossistema que cobre um quarto do território do Brasil – com 30,7% dos focos registados no ano. Nestas declarações, Bolsonaro disse ainda estar a trabalhar para controlar os incêndios florestais no “coração verde” brasileiro.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta. Tem cerca de cinco milhões e meio de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (território pertencente à França).