|
|
|
|
|
– 13-04-2005 |
[ Agroportal ] [ Nacional ] [ Internacional ] |
Artefactos megal�ticos descobertos na Coudelaria de Alter do Ch�o�vora, 13 Abr A descoberta destes artefactos, a maioria dos quais com a representa��o da deusa-m�e a tr�s dimens�es e não apenas esquem�tica, como era habitual nos achados anteriores no Alentejo, resulta de uma investiga��o que uma equipa de arqueologia da Universidade de �vora está a desenvolver na Coudelaria de Alter do Ch�o. Um territ�rio com 850 hectares murados, onde nunca existiu pr�tica agr�cola que implicasse o revolver do solo, sendo por isso prop�cio a esta investiga��o arqueol�gica, financiada através do ministério da Agricultura e de programas comunitários. "O projecto está a decorrer desde 2001, por convite da Coudelaria, e � uma área especial porque, como sempre foi zona de pastagens, sem agricultura e ainda para mais murada, os vestágios arqueol�gicos estáo conservados", explicou hoje o coordenador da investiga��o, Jorge de Oliveira. Em declarações � Agência Lusa, o mesmo respons�vel, que coordena a área Departamental de Arqueologia da Universidade de �vora, adiantou que, de entre "os muitos vestágios" j� encontrados no local, a "maior riqueza" prende-se, precisamente, com os �dolos-placa. Os primeiros dados relacionados com esta descoberta v�o ser apresentados nas terceiras Jornadas de Arqueologia do Norte Alentejano, que come�aram hoje e se prolongam até s�bado, em Fronteira, no Centro Cultural. At� ao momento, segundo Jorge de Oliveira, os trabalhos incidiram em dois dos "oito ou nove dolmens (ou antas, monumentos funer�rios)" que foram identificados na Coudelaria, tendo j� sido encontrados "quase duas dezenas de �dolos-placa", datados do III ou IV mil�nio antes de Cristo (a.C.). "Fic�mos espantados porque não estávamos � espera de tanta riqueza patrimonial. Encontr�mos de tudo um pouco, mas o mais interessante são estas placas, oriundas do período Neol�tico, das primeiras comunidades agro-pastoris que, ali, se sedentarizaram", explicou. Representando a fertilidade e fecundidade, os �dolos-placa eram colocados, no Alentejo, nos monumentos funer�rios desse período, para acompanharem os mortos que, acreditava-se, "iniciavam uma viagem para, depois, renascer", sublinhou Jorge de Oliveira. "Estas placas são exclusivas do Alentejo, tendo apenas sido encontradas, uma ou outra, na Beira Baixa e na Estremadura espanhola. Andamos sempre � procura de uma imagem ou logotipo para a regi�o quando, afinal, se h� algo que marca exclusivamente o Alentejo, ao longo do tempo, � esta liga��o � deusa-m�e e � terra", frisou. O conjunto agora descoberto tem a particularidade de quase todas as placas serem tridimensionais, ou seja, a representa��o � escavada e moldada em arenito. "Os muitos �dolos-placa descobertos na regi�o são, normalmente, esquem�ticos, j� que a deusa-m�e � desenhada em placas de xisto. S� que estes são em relevo e possuem pormenores anatémicos, como os olhos, nariz, tatuagens faciais, m�os e o tri�ngulo p�bico, que era o s�mbolo da fecundidade, muito evidentes", real�ou. Também conhecidas, por exemplo em Fran�a ou em Inglaterra, como "placas alentejanas", dada a sua predomin�ncia na regi�o, sobretudo no Alentejo Central, estas representa��es não foram a �nica descoberta importante da equipa da Universidade de �vora. "além disso, conseguimos identificar Também o santu�rio e os espaços onde viviam as pessoas que edificaram as antas. Perante locais de morte t�o monumentais, pens�vamos que os habitats teriam a mesma grandiosidade mas, afinal, tratavam-se de buracos nos afloramentos gran�ticos, pequenos n�cleos e cabanas paupôrrimas", adiantou. Neste momento, esta investiga��o na Coudelaria está suspensa, a aguardar a aprova��o de novos apoios para que o trabalho de campo possa prosseguir. "Estamos parados porque apresent�mos uma candidatura, no ambito da Ac��o Integrada do Norte Alentejano, a programas comunitários para novo financiamento. A reuni�o para aprova��o da mesma deve realizar-se este m�s", explicou Jorge de Oliveira, convicto de que o trabalho vai ter continuidade. Para j�, os participantes nas terceiras Jornadas de Arqueologia do Norte Alentejano v�o poder conhecer os primeiros resultados do projecto, bem como outras interven��es, j� realizadas ou em curso na regi�o, a cargo de v�rios arque�logos. Organizado pela C�mara Municipal de Fronteira e Regi�o de Turismo de S. Mamede, o evento deve reunir, até s�bado, mais de uma centena de participantes, encontrando-se as confer�ncias divididas por períodos hist�ricos, desde a pr�-hist�ria até ao período medieval.
|
|
|
Produzido por Camares � – � 1999-2007. Todos os direitos reservados. Optimizado para o IE 5.#, resolu��o 800 x 600 e 16 bits |