O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) defendeu hoje que é necessário apostar cada vez mais na eficiência e poupança de água, através de sistemas mais eficientes e com a reutilização de águas para usos não potáveis.
“Temos de ser mais eficientes, apostar na eficiência, quer nos centros urbanos, quer na agricultura. Na agricultura, se há sistemas muito eficientes, também os há com perdas de mais de 40 a 50% de água”, alertou.
No final de uma reunião da Subcomissão Regional da Zona Centro da Comissão de Gestão de Albufeiras, que a APA promoveu durante a tarde de hoje em Coimbra, Pimenta Machado sublinhou que há ainda um grande caminho a percorrer em matéria de eficiência e poupança de água.
“Devemos apostar na reutilização de águas das ETAR [estações de tratamento de águas residuais] para usos não potáveis. Não faz sentido nenhum usarmos a água que bebemos para lavar o caixote do lixo ou para regar um jardim público: devemos apostar nas origens alternativas”, apontou.
Aos jornalistas, o vice-presidente da APA referiu que durante a tarde foi deixado um apelo aos municípios, no sentido de promoverem campanhas para a poupança de água ou ainda para apostarem em sistemas de rega inteligentes em jardins públicos.
“Pedimos também para se reduzir ao mínimo a lavagem de ruas e equipamentos, e para utilizarem as águas das ETAR, para usos não potáveis, como a rega de jardins, a lavagem de ruas e de equipamentos”, informou.
De acordo com Pimenta Machado, foi também suspensa a possibilidade de se poderem fazer novas captações de água subterrâneas, acrescentando que 66% do território nacional está em seca extrema, 29% em seca severa e 5% em seca moderada.
“As chuvas dos últimos dias permitiram recuperar níveis nas albufeiras e humidade nos solos, mais a norte e no centro, enquanto a sul do Tejo a recuperação foi muito residual”, revelou.
Na região Centro, na Aguieira, no Mondego, o nível da albufeira “está abaixo do nível dos últimos anos, tem menos 1,7 metros”, enquanto a Barragem das Fronhas tem “menos 4,7 metros de água do que devia ter”.
“A Aguieira está a recuperar, mas vamos manter a medida tomada a 01 de fevereiro, de forma a chegarmos a maio e termos a Aguieira na quota 124, para assegurar aquilo que é a campanha de rega, mas também o consumo humano na Figueira da Foz e das duas grandes empresas. Estamos otimistas que vamos conseguir”, sustentou.
Pimenta Machado evidenciou que nos casos das barragens da Aguieira, Raiva e Fronhas “o compromisso é de salvaguardar água para consumo humano”.
“Queremos guardar água em todos os sistemas para garantir dois anos de água para consumo humano, esse é o nosso compromisso, é esse o uso prioritário, não pode faltar água às populações. Este é o uso prioritário e todas as medidas que tomámos são para dar essa segurança, em todas as regiões”, concluiu.
Os meses de janeiro e fevereiro deste ano “foram os mais secos de sempre, desde que há registo”.