O Vice-Presidente da CCDR Alentejo, Roberto Grilo, defendeu hoje, numa intervenção pública de elevado alcance político, que a pecuária extensiva de carne é um ativo estratégico do Alentejo e de Portugal, essencial para a economia, para a gestão do território, para a sustentabilidade ambiental e para a soberania alimentar.
A intervenção decorre num ano particularmente significativo: em 2025, por iniciativa do Vice-Presidente, o Conselho Regional do Alentejo deliberou pela primeira vez, de forma expressa e por uma maioria ampla, reconhecer a Agricultura como setor estratégico para o desenvolvimento da Região Alentejo, um passo histórico, há muito evidente e factual, mas nunca formalmente assumido no quadro regional.
No discurso agora proferido, Roberto Grilo sublinhou que:
- O Alentejo é hoje o coração da produção nacional de carne bovina, responsável por 36% da produção do país, num contexto em que o aprovisionamento nacional caiu para 50,9%.
- A pecuária extensiva integra-se no montado, “um ecossistema único na Europa, sumidouro de carbono, barreira contra fogos e reservatório de biodiversidade”, onde os ruminantes desempenham um papel essencial na prevenção de incêndios e na regeneração dos solos.
- O setor é também uma âncora de coesão territorial, sustentando economia, emprego e população em mais de 40 concelhos do Alentejo.
- O mercado está a valorizar cada vez mais a carne produzida em sistemas sustentáveis, com rastreabilidade, bem-estar animal e forte ligação ao território — áreas onde o Alentejo possui “uma vantagem competitiva extraordinária”.
Tendo por base estes fatores, o Vice-Presidente defendeu a necessidade urgente de o Alentejo avançar com um Plano Estratégico Regional para a Fileira da Carne de Bovino, articulando inovação, certificação, neutralidade carbónica, bem-estar animal, mercados premium e valorização do montado. “Ou reforçamos a autossuficiência do país com modelos sustentáveis, ou aumentamos a dependência de importações provenientes de sistemas menos transparentes do que o nosso”, afirmou.
Roberto Grilo concluiu sublinhando que a pecuária extensiva é património vivo do Alentejo: “É economia, é ambiente, é território, é cultura, é ciência e é soberania. Desinvestir na pecuária é desinvestir no montado — e desinvestir no montado é desinvestir no futuro da região”.
A CCDR Alentejo continuará, assim, a trabalhar com o setor, com a investigação e com as comunidades locais, para consolidar uma visão estratégica que coloque a Agricultura e em particular a pecuária extensiva no centro do desenvolvimento sustentável do Alentejo.
Fonte: CCDR Alentejo













































