O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, reconhece os esforços de António Guterres em prol das exportações de alimentos e fertilizantes russos, mas diz que o acordo dos cereais chegou a um impasse e lamenta a falta de resultados.
Liliana Reis, professora de Relações Internacionais, analisa na SIC Notícias as declarações do chefe da diplomacia russa numa conferência de imprensa em Nova Iorque, durante o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“A Rússia tem utilizado a questão dos cereais para responsabilizar o Ocidente pela questão das sanções e pela dificuldade de cumprimento do memorando de entendimento em relação à Rússia”, começa por referir a professora de Relações Internacionais.
Liliana Reis destaque duas questões principais na análise a esta questão:
“Primeiro, as sanções por parte da União Europeia não acomodam questões alimentares, por um lado, por outro lado, as reivindicações de Lavrov e nomeadamente a falta de cumprimento em relação ao memorando de entendimento, prende-se sobretudo com elementos do setor privado, nomeadamente empresas seguradoras que começam a exigir mais garantias”.
A professora de Relações Internacionais considera que “Lavrov está a aproveitar a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU para colocar alguns assuntos favoráveis à Rússia na agenda”.
Liliana Reis faz também uma análise aos últimos desenvolvimentos da guerra. A Ucrânia admite ter atacado a cidade de Sebastopol, na Crimeia. O ataque aconteceu segunda-feira e Moscovo tem responsabilizado Kiev pelos bombardeamentos.
A Ucrânia rejeita, no entanto, as alegações russas de que este ataque pôs em risco o corredor de cereais. Kiev alega que a operação teve como alvos apenas instalações militares.