Manter “paisagens humanizadas” é gado doméstico ao invés de herbívoros selvagens, arame farpado e campos agrícolas ao invés de uma paisagem livre e dinâmica, é menos espaço para espécies que criam conflitos como o lobo ibérico. Algo dependente da mão humana e subsídios não só não é sustentável no longo prazo, como é uma pior solução para a vida selvagem.
A natureza sabe cuidar de si própria. Durante milhões de anos, a natureza regulou-se e evoluiu sem o ser humano. Com a caça e o começo da agricultura, o ser humano alterou dinâmicas e funções na paisagem, substituiu animais selvagens por domésticos e trocou o mosaico de habitats com zonas de floresta e clareiras por mosaicos agrícolas.
Quando os ecossistemas estão completos, cada animal desempenha uma função, herbívoros controlam a quantidade e estrutura da vegetação, predadores mantêm o equilíbrio das populações de herbívoros e necrófagos previnem o aparecimento de doenças. Processos naturais moldam a paisagem, cheias criam novos caminhos para rios e restauram zonas húmidas, incêndios reiniciam o ciclo florestal e erupções vulcânicas criam novo solo.
A análise económica estuda o mundo natural através do prisma dos serviços dos ecossistemas, benefícios que a natureza fornece ao ser humano livre de custo, e que em caso de perda irá exigir alternativas muitas vezes dispendiosas. Contudo, existe uma outra perspectiva, custos de gestão da paisagem que já existem hoje que […]