A CNA condena veementemente o ataque perpetrado por Israel contra a União dos Comités de Trabalho Agrícola (UAWC) e a detenção de dirigentes da organização camponesa palestiniana, tendo já contactado o Ministério dos Negócios Estrangeiros português para que faça diligências junto do Governo israelita com vista a exigir a libertação imediata e incondicional de todos os membros detidos.
Recorde-se que, no dia 1 de Dezembro, as forças de ocupação israelitas invadiram os escritórios UAWC, organização membro da Via Campesina em Ramallah e Hebron (Cisjordânia). As unidades militares isolaram toda a área, bloqueando todas as estradas que conduzem aos escritórios e impedindo qualquer deslocação em direcção aos locais.
As forças detiveram os membros da Via Campesina no interior dos edifícios, submetendo-os a um tratamento violento e humilhante, enquanto realizavam buscas, saqueavam e destruíam as instalações. Vários membros foram detidos e estão detidos.
A invasão incluiu a destruição e confiscação de todo o conteúdo dos escritórios, incluindo computadores, discos rígidos, arquivos administrativos, documentos financeiros e equipamento logístico. Os soldados também destruíram deliberadamente mobiliário de escritório, partiram portas e danificaram equipamento, no âmbito de uma tentativa sistemática de paralisar as operações da organização e silenciar o seu trabalho com as comunidades agrícolas palestinianas.
O ataque teve como alvo específico as infra-estruturas do banco de sementes palestiniano em Hebron, destruindo stocks de sementes que representam o património genético vegetal da Palestina. Depois do ataque de Julho à Unidade de Multiplicação de Sementes do Banco de Sementes, apoiado pela FAO, este novo ataque é inqualificável.
A UAWC opera em plena conformidade com o direito internacional e tem como principal função apoiar os agricultores na Palestina. Este ataque ocorre no meio de uma escalada mais ampla na Cisjordânia, onde as forças israelitas intensificaram as acções contra organizações da sociedade civil palestiniana e instituições agrícolas. Os agricultores, que cuidam das suas terras e territórios, têm sido sistematicamente visados nos últimos meses pelos colonos e pelas forças de ocupação israelitas. Estes ataques contra uma organização camponesa visam destruir a soberania alimentar e contribuir para o genocídio contra o povo palestiniano, acção que se insere na continuada destruição, por militares e colonos, de culturas agrícolas, pomares e olivais.
A CNA já enviou uma missiva ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português, apelando a que faça diligências junto do Governo israelita com vista a exigir a libertação imediata e incondicional de todos os membros detidos; procure garantias de que não serão sujeitos a maus-tratos, coacção ou novas intimidações; solicite uma investigação independente sobre a invasão dos escritórios e a confiscação ou destruição de materiais e comunique, através dos canais diplomáticos, que a repressão das organizações legítimas da sociedade civil é inaceitável.
A CNA condena este ataque e solidariza-se firmemente com os agricultores palestinianos, reiterando o compromisso das organizações camponesas organizadas na Via Campesina com a autodeterminação e a libertação do povo palestiniano.
Fonte: CNA












































