O sabugueiro é um arbusto ou pequena árvore que cresce um pouco por toda a Europa. As suas folhas, flores e bagas têm várias aplicações, embora o interesse pela espécie esteja atualmente mais concentrado nas suas bagas. Com potencialidade de utilização na medicina, nutracêutica e alimentação saudável, a espécie começa a despertar interesse como cultura alternativa e complementar em explorações agrícolas e agroflorestais, em particular no norte do país.
De nome científico Sambucus nigra, o sabugueiro pertence ao género Sambucus e à “nova” família Adoxaceae. Tradicionalmente, o género Sambucus pertencia à família Caprifoliaceae, mas após uma revisão científica que lhe identificou características distintivas, passou a integrar a família Adoxaceae juntamente com o género Viburnum – ao qual pertence o folhado.
Os exemplares do sabugueiro crescem, normalmente, até aos quatro a cinco metros de altura, podendo elevar-se ao dobro em áreas cultivadas. A sua copa é densa e arredondada, apoiada por um tronco irregular e inúmeros ramos flexíveis, cobertos por uma casca rugosa e acinzentada. O interior dos ramos (medula) é branco e esponjoso.
Com folhas compridas (cerca de 12 centímetros), de margem finamente dentada e extremidade pontiaguda, o sabugueiro é uma espécie caducifólia (perde a folha no outono), que se identifica mais facilmente na primavera pelas suas flores brancas, dispostas em amplos grupos perfumados.
Com cinco pétalas brancas e anteras amarelas (pontos minúsculos no topo dos estames), cada uma das flores é muito pequena, com cerca de meio centímetro de diâmetro, mas o facto destas flores se disporem em conjuntos coesos e aplanados (chamados corimbos, em botânica) faz com que as inflorescências cheguem a ter mais de 20 centímetros de diâmetro, sobressaindo entre o verde da folhagem.
Os frutos, vulgarmente conhecidos por bagas de sabugueiro (que são na realidade drupas), são esféricos, com cerca de sete milímetros de diâmetro. Amadurecem entre agosto e setembro, época em que ganham uma tonalidade púrpura ou arroxeada muito escura, quase preta, sinal de que se encontram maduras. Tal como as flores, também os frutos se encontram agrupados em cachos ou infrutescências pendentes.
O artigo foi publicado originalmente em Florestas.pt.