A situação já está, entretanto, “estável”, embora só deva estar totalmente normalizada “daqui a duas a três semanas”, mas Marco Henriques nota uma diminuição nas exportações. Uma parte é normal dado que há sempre um pico de exportações no final do ano devido ao Ano Novo chinês — daí que, no início do ano, se verifique uma diminuição do consumo. Este efeito foi, porém, “agudizado” pelo surto do novo coronavírus — e os consequentes problemas de operação nos portos. Ainda assim, a Maporal “não foi muito afetada”. “Já tínhamos feito os contratos no final do ano.”
Para perceber o impacto que este vírus está a ter nas transportadoras aéreas podemos ficar já pela TAP. A companhia portuguesa reduziu a oferta em 4% entre março e o início de abril, o que representa menos 1.000 voos, devido ao “forte abrandamento da procura” em resposta ao surto de coronavírus.
O volume de reservas para março e abril mostra desde as últimas duas semanas quebras significativas relativamente ao ano passado, indicou a TAP, acrescentando que os cancelamentos incidem em especial nos voos para cidades em países mais afetados como a Itália, mas refletem também a redução da oferta em outros mercados europeus que registam maiores quebras como Espanha e França.
“A quebra na procura implica naturalmente um decréscimo da receita, pelo que, para proteger a integridade da sua tesouraria, a TAP tomou já algumas decisões fundamentais, como a suspensão de todos os investimentos não críticos, a revisão e corte de despesas não essenciais para o negócio ou a suspensão de contratações e novas admissões, para além da adequação da oferta à procura”.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estima que o surto do novo coronavírus leve a uma redução de 13% na procura das companhias aéreas, na região da Ásia-Pacífico — as previsões, em dezembro de 2019, eram de um crescimento no setor de 4,8% naquela região.
Na mesma análise preliminar, divulgada a 20 de fevereiro, a IATA perspetiva que as receitas das transportadoras aéreas com passageiros em todo o mundo caiam 2,9 mil milhões de dólares (mais de 2,6 mil milhões de euros), o equivalente a uma redução de 4,7%. Só na Ásia Pacífico, o impacto pode chegar aos 27,8 mil milhões de dólares (12,8 mil milhões dos quais em voos domésticos na China).
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