Para a Real Companhia Velha, o ano de 2018 foi de uma grande novidade e investimento no que toca ao enoturismo, com a abertura do centro de visitas 17•56 Museu & Enoteca, localizado à beira do rio Douro, no Cais de Gaia. Um espaço cheio de dinâmica e que, passados apenas seis meses, ganhou o prémio de ‘Melhor Enoturismo’ pela Revista de Vinhos. Sem descurar está sempre o Douro e a sua emblemática Quinta das Carvalhas, situada na margem esquerda do rio, em frente ao Pinhão. Ou não fosse esta a jóia da coroa da ex-majestática Companhia.
Mesmo a tempo da abertura da “época alta” – Abril a Outubro –, e das festividades e dias de lazer Pascoais, a Companhia acaba de inaugurar o ‘Carvalhas Terrace’, um espaço com capacidade para 80, onde o convite é para desfrutarem dos vinhos da Real Companhia Velha com uma incrível paisagem e sobre o rio.
Mas esta não é a única novidade para 2019! Em comum têm o facto de serem ambas ao ar livre, que é, afinal, a melhor forma de apreciar o Douro e a sua inesquecível paisagem. A Quinta das Carvalhas dispões agora de uma nova estrada de acesso ao topo, onde a Casa Redonda mora a 550 metros de altitude. São 3,5km de vista, virada a sul/poente, num caminho polvilhado por pontos de interesse e onde é possível ver-se o pôr do sol “olhos nos olhos”.
Novas apostas, em harmonia com a biodiversidade que advém da vinha, da mata, da flora e das aves que habitam na Quinta das Carvalhas, e que vêm complementar a inaugurada em 2016/17 ‘Ruína’ – um espaço de provas ao ar livre, localizado numa antiga ruína, instalada em plena vinha de montanha e debruçada sobre o rio Douro –, mas também as salas de provasindoor e a loja de vinhos da Quinta.
Quinta das Carvalhas: a propriedade e a sua história
Quinta das Carvalhas situa-se em Ervedosa do Douro, no concelho de São João da Pesqueira, tendo uma posição predominante na encosta da margem esquerda do rio Douro virada para o Pinhão. Cobre toda a colina, estendendo-se até ao topo – que é ocupado pela “Casa Redonda”, uma casa de hóspedes visível a quilómetros de distância – e ocupa também uma parte da encosta superior da margem direita do rio Torto.
Uma propriedade de enorme beleza e espectacularidade cuja referência escrita mais antiga que se conhece data de 1759, embora tenha sido mais recente a sua expansão para os actuais 515 hectares, através da aquisição e posterior emparcelamento de diversas propriedades subjacentes. É, desde a década de 1950, pertença da família Silva Reis, proprietária da Real Companhia Velha, empresa produtora de vinhos do Porto e Douro, fundada em 1756 por Alvará Régio D’el Rei D. José I e a mais antiga empresa portuguesa em actividade.
Esta é uma das mais emblemáticas propriedades durienses, sendo considerada por muitos a quinta “imagem do Douro”, porque permite uma amostragem do território e do que mais belo o Douro tem para mostrar: dificilmente num outro local se consegue ver tanto em tão pouco tempo. No topo do “monte das Carvalhas”, a 550 metros de altitude e desfruta-se de uma paisagem a 360 graus e é, sem dúvida, o ponto de “excelência” para a observação propriedade (e do Douro).
A Quinta das Carvalhas é também um belíssimo exemplo de agricultura sustentável, onde são aplicadas técnicas de viticultura pró-orgânicas, promovendo a biodiversidade e harmonia no ecossistema. Visitar a Quinta das Carvalhas é ver o Douro por dentro – com os trabalhos da vinha (como a poda, a escava ou a vindima), a apanha da azeitona ou a reconstrução dos tradicionais muros de xisto – e dos melhores ângulos da sua paisagem. É ver vinhas com mais de 80 anos e encostas com 70 graus de declive; é admirar os rios Douro e Torto; é desfrutar de fauna e da flora em simbiose: pela Quinta das Carvalhas, para além de vinha, estão espalhadas zonas de mata, floresta, olival e jardins, construídos com pedras de granito antigas e esteios de xisto e onde foram plantadas várias espécies de flores, plantas e ervas aromáticas.