O projeto inovador europeu REDWine, em que a A4F Alga Fuel, empresa de biotecnologia do grupo português A4F Algae for Future, especializada no projeto e fornecimento de unidades de produção de algas à escala industrial, se posiciona como parceiro de referência, chega ao seu termo com a demonstração plena da viabilidade técnica e económica de um modelo de negócio circular, que aumenta a sustentabilidade e a eficiência do setor vitivinícola.
A reunião final do projeto proporcionou a inauguração, pelo Ministro da Agricultura e Mar, da unidade piloto instalada no perímetro da Adega Cooperativa de Palmela, que agrega 200 associados e mais de mil hectares de vinha, responsáveis pela produção de mais de oito milhões de litros de vinho.
A participação da A4F Alga Fuel no projeto REDWine, em curso desde meados de 2021, revela-se importante a vários níveis. Um deles, é que lança mais uma ponte, mais uma sinergia, além da mantida com a indústria, com outra atividade económica – a agricultura.
Luís Costa, Administrador da empresa, explica como: “Estamos habituados a fazer simbioses com a indústria. Neste caso, desenvolvemos um projeto de demonstração de uma simbiose com a agricultura, em que conseguimos utilizar o dióxido de carbono da fermentação do vinho tinto no cultivo de algas, que, por sua vez, podem também ser utilizadas como bioestimulantes na viticultura, fechando um circuito perfeito.”
Mas existe outra frente, paralela e ligada aos efluentes líquidos. Luís Costa elucida: “Nas zonas onde se produz vinho, muitas vezes existe escassez de água. Logo, aproveitar os efluentes líquidos da lavagem das cubas de fermentação do vinho também permite reduzir o consumo de água. Nós conseguimos, no fundo, aproveitar e reaproveitar esta água, reduzindo o seu teor poluente e fazendo ao mesmo tempo o cultivo de microalgas. E ainda conseguimos, no final do cultivo, voltar a utilizar essa água para outros fins.”
A A4F instalou a unidade de produção à escala demonstrativa da microalga Chlorella e prepara agora a avaliação técnica e económica dos sistemas de cultivo de microalgas em fotobiorreatores, uma responsabilidade que envolve várias equipas.
Este projeto de demonstração, coordenado pela AVIPE (Associação de Viticultores do Concelho de Palmela) e co-financiado pelo programa Horizonte 2020, terá uma análise de sustentabilidade, uma análise técnico-económica e um plano de negócios para utilização da tecnologia em adegas de três dimensões diferentes, que constituem os casos de estudo da viabilidade. No fundo, passará a ser a montra de loja, que trará os potenciais investidores das adegas, motivando-os a construírem as suas unidades industriais para este fim.
O projeto REDWine termina neste final de ano e, por este motivo, as entidades parceiras no consórcio voltaram a encontrar-se para uma última reunião, na Adega de Palmela e no Instituto Politécnico de Setúbal (polo do Barreiro), em que foram passadas em revista as conclusões dos trabalhos desenvolvidos nos (nove) diferentes subprojetos.
A oportunidade foi aproveitada para realizar uma visita inaugural, presidida pelo Ministro da Agricultura e Mar, acompanhado pela Presidente da Câmara Municipal de Palmela, pelo Vice-Presidente da CCDR-LVT, e pelos presidentes do Instituto da Vinha e do Vinho e da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal.
Estas entidades percorreram o living lab do projeto e inteiraram-se da participação de cada parceiro. No final da ronda, a recém-eleita presidente da edilidade de Palmela, Ana Teresa Vicente, regozijou-se com a inovação que o REDWine traz ao concelho, enquanto o ministro José Manuel Fernandes elogiou o projeto e o facto de ter sido aprovado para cofinanciamento pelo programa Horizonte Europa, realçando que “bem precisamos destes projetos para combater os efeitos das alterações climáticas”.
“O vinho faz parte do nosso modo de vida e faz também parte da nossa economia”, afirmou o governante numa breve alocução, realçando que, por isso, “é muito importante que o resultado da investigação seja transformado pela indústria”.
A visita inaugural foi conduzida pelo Presidente da Adega de Palmela e pelo coordenador do REDWine, Miguel Cachão, responsável técnico na AVIPE, que vê um futuro para a unidade de demonstração do projeto: “Acreditamos que os parceiros deixem aqui os seus equipamentos. Isso será importante, porque permitirá consolidar o modelo de negócio e demonstrar a outras adegas, e aos alunos de escolas de biotecnologia e de engenharia química, a forma como podemos capturar o carbono biogénico ou valorizar a biomassa de algas. Mas, acima de tudo, permitirá demonstrar que as adegas podem ultrapassar a exclusividade da produção de vinho e ser também produtoras de CO2. E refiro-me à produção de CO2 para a indústria alimentar, o que constituiria uma nova fonte de riqueza, num contexto muito desafiante para o setor vitivinícola.”
REDWine integra 12 parceiros de seis países
O projeto REDWine é coordenado pela AVIPE – Associação de Viticultores do Concelho de Palmela e conduzido por um consórcio formado por 12 parceiros de seis países, a saber: A4F Alga Fuel, LEITAT Technological Center (ES), INLECOM (IE), LIPOTEC SA (ES), Lubrizol Life Science Beauty (US), ALGAMA Foods Ⓥ (FR), Pervatech BV (NL), Coldep (FR), NOVIS Gmbh (DE), IDENER (ES), Instituto Politécnico de Setúbal e LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia.
Fonte: A4F












































