As empresas portuguesas de alimentação animal têm sido especialmente impactadas com o aumento dos preços do milho, trigo, cevada e oleaginosas, como a soja, e seus derivados. As subidas passam os 35 %, alerta a IACA
As empresas portuguesas de alimentação animal têm sido especialmente impactadas com o aumento dos preços do milho, trigo, cevada e oleaginosas, como a soja, e seus derivados”. O aumento já atingiu 35% a 40%, em particular no último trimestre de 2020 ,” e a previsão da manutenção desta tendência altista faz com que os industriais estejam preocupados e antevejam uma subida dos preços da alimentação no consumidor em Portugal já em 2021″, alerta a IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais.
Atenta “aos aumentos relevantes que o mercado ibérico dos alimentos para animais enfrenta após um ano de pandemia, a IACA vai discutir o tema na próxima quinta-feira, com o foco no acesso das empresas a cereais e a proteína no mercado mundial de matérias-primas,
O Índice de Preços da Alimentação da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, regista um aumento pelo nono mês consecutivo, atingindo uma média de 116 pontos, o nível mais alto desde julho de 201, sublinha a direção da IACA certa de que para esta tendência pesa o aumento do preço das oleaginosas e de cereais, matérias-primas que registam uma subida de 42,3% face ao período homólogo em janeiro de 2020 impulsionada pela forte procura da China, apontada como “um dos principais responsáveis pelo aumento generalizado dos preços”.
Porquê? “Porque compra grandes quantidades de várias matérias-primas, entre as quais se encontram o milho e a soja, não só para acumular stocks para o médio e longo prazo, mas também para satisfazer as produções de suínos e frangos, no curto prazo”.
É importante percebermos que um país dependente de importações de cereais e oleaginosas, como o nosso, é naturalmente vulnerável, e fica mais exposto nestas alturas. A pandemia e as perspetivas de médio/longo prazo para a procura de matérias-primas obrigam-nos a pensar na questão da food security, isto é, na segurança do abastecimento alimentar à população, que decorre, naturalmente, das condições dos operadores para a produzirem. Atualmente essas condições estão cada vez mais exigentes e isso, claramente, vai refletir-se no preço da alimentação no consumidor final”, sustenta José Romão Braz, Presidente da IACA.
A IACA, Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais, integra 58 associados que representa mais 80% da produção nacional de alimentos compostos para animais e a totalidade das pré-misturas de produção nacional. Em causa, está um sector que gera um volume de negócios de 1.426 milhões de euros, representa 12% do volume de negócios da agroindústriua e emprega 3.500 pessoas (4% do sector agroalimentar).