[Fonte: Rádio Portalegre] Um grupo de investigadores provou que o potencial produtivo das variedades da oliveira portuguesa é tão rentável quanto o das variedades estrangeiras que atualmente proliferam nos campos do Alentejo.
Esta foi a conclusão do projeto “Oleavalor”, para a valorização de variedades de oliveira portuguesas, que tem como objetivo principal “salvar a qualidade do azeite”, produzido em Portugal.
Os trabalhos, em marcha desde 2016, reúnem investigadores do Politécnico de Portalegre, da Universidade de Évora, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (CEBAL).
Em declarações à Rádio Portalegre, Francisco Mondragão Rodrigues, professor na Escola Superior Agrária de Elvas e coordenador do projeto, explicou que o Oleavalor já permitiu comprovar que as variedades de oliveira portuguesa, nomeadamente a galega, cobrançosa e carrasquenha, têm a mesma rentabilidade das estrangeiras, desde que produzidas de forma adequada.
Mondragão Rodrigues, não tem dúvidas de que a falta de informação e conhecimento dos agricultores tem contribuído para o abandono do olival português.
Ao longo dos últimos quatro anos, a equipa do politécnico de Portalegre tem trabalhado diretamente com olivicultores de Elvas, campo Maior, Monforte e Serpa, de forma a demonstrar que é possível reduzir custos e ter mais rentabilidade com as variedades autóctones.
O mesmo responsável indicou que o projeto já permitiu desenvolver novas técnicas de enraizamento, controlo de pragas e vacinas contra vírus, considerando que estes avanços podem reverter, nos próximos anos, a preferência por variedades de oliveira estrangeira.
O Oleavalor foi apresentado, segunda feira, na BioBip, a incubadora de empresas do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP). O projeto implica um investimento de quase 800 mil euros, financiado por fundos comunitários, através do Alentejo 2020.