Investigadores da Universidade de Cornell, em Nova Iorque (EUA), criaram uma planta de tomate geneticamente modificada que se torna vermelha quando precisa de mais azoto. Uma inovação com impacto direto na agricultura.
Dois estudantes de doutoramento da Universidade de Cornell, Jacob Belding e Ava Forystek, desenvolveram uma planta de tomate geneticamente modificada que muda de cor conforme os níveis de azoto no solo. Quando os nutrientes começam a escassear, a planta ativa um pigmento vermelho vivo — um sinal visual claro de que está na hora de fertilizar.
Batizada de RedAlert Living Sensors, esta tecnologia promete transformar a forma como agricultores, jardineiros e produtores hidropónicos monitorizam a saúde das suas culturas, permitindo intervenções precoces antes que os sinais visuais clássicos, como folhas amareladas ou murchas, apareçam.
“Gostamos de usar a analogia de um cão que choraminga quando tem fome. Seria ridículo esperar até lhe sentir as costelas para o alimentar”, explicou Forystek.
🌿 Como funciona a planta-sensor?
A inovação baseia-se num mecanismo natural das plantas, responsável por detetar o nível de azoto na zona das raízes. Quando os sensores radiculares identificam défice de nutrientes, transmitem um sinal para o resto da planta, que reage produzindo um pigmento vermelho.
Além disso, os diferentes tons de vermelho permitem aferir a gravidade da deficiência de azoto, proporcionando um sistema visual simples e escalável para avaliar a saúde das plantas.
“Estamos a transformar um sinal das raízes — onde a planta deteta primeiro a falta de azoto — numa cor visível, permitindo-nos ver que a planta está a precisar de nutrientes antes de atingir um estado crítico”, acrescentou Belding.
🏆 Reconhecimento internacional
O projeto RedAlert Living Sensors é finalista no prestigiado Collegiate Inventors Competition, organizado pelo National Inventors Hall of Fame, reforçando o seu potencial disruptivo na agricultura moderna.
🌍 Uma nova era para a agricultura sustentável?
Esta inovação poderá representar um avanço significativo na redução do uso excessivo de fertilizantes, promovendo práticas mais sustentáveis e ecológicas. Ao oferecer uma forma intuitiva de perceber as necessidades das plantas em tempo real, estas “plantas-sensor” poderão tornar-se uma ferramenta essencial na agricultura do futuro.
Mais informação em Cornell Chronicle.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.