Os bananais da Madeira são plantados ao longo da costa Sul da ilha, onde a temperatura e a humidade são mais favoráveis ao seu desenvolvimento, uma vez que a bananeira é uma planta originária de regiões tropicais.
A bananeira emite um cacho cerca de 12 meses após a sua plantação e morre posteriormente à colheita, que ocorre entre os 15 e os 24 meses depois da plantação, dependendo da localização da parcela agrícola.
A formação do cacho ocorre na base da bananeira, no rizoma, tem uma ascensão vertical no centro do pseudotronco e nasce no centro da copa da planta. Se o desenvolvimento da bananeira não for uniforme, várias folhas podem ser emitidas num curto espaço e ocorre a compactação da roseta foliar, com o “envassouramento” da planta, o que dificulta a passagem da inflorescência e provoca o “afogamento” do cacho. Nestas condições, o cacho pode ficar preso dentro da planta ou nascer deformado, o que inviabiliza a sua comercialização.
Após o nascimento do cacho, a planta não emite mais folhas.
Ao longo do ráquis (parte central do cacho), dispõem-se as brácteas de cor roxa que cobrem grupos de flores.
Durante a limpeza do cacho, o produtor tem de retirar de cada bago de banana os restos florais. Esta operação cultural exige muita mão de obra, mas permite valorizar o produto.
Após a colheita, o cacho é cortado em pencas, que são o conjunto de bagos de bananas, para serem comercializadas.
A banana da Madeira tem uma polpa consistente, com sabor e aroma muito intenso.
Estas características físicas e organoléticas muito próprias devem-se às temperaturas amenas, à boa exposição solar das encostas, à água em abundância, à proximidade do mar, à fertilidade dos solos e ao saber dos produtores que respeitam as especificidades da nossa agricultura.
(Texto publicado originalmente no Almanaque PEF/2023)
Artigo publicado originalmente em DICAs.