O Centro de Competências do Pinheiro-Bravo (CCPB), procedeu à atualização da sua base de dados de projetos de I&D, trabalho que resultou na publicação de um relatório que sintetiza e caracteriza os projetos atualmente em execução.
Este levantamento, que envolveu a consulta de diversas plataformas online e a análise dos resultados obtidos num questionário aplicado os membros do CCPB, vem ao encontro dos objetivos traçados pelos Centros de Competências, de monitorizar a investigação científica, de forma a avaliar se a atividade de I&D é coerente com a Agenda de Investigação aprovada. Este tipo de levantamento de informação pretende também contribuir para evitar a dispersão de esforços e recursos.
A atualização da base de dados de I&D publicada pelo CCPB divulga que estão em curso 18 projetos relacionados com a Fileira do Pinho. Destes, 11 têm participação exclusiva de parceiros nacionais e os restantes são desenvolvidos em parceria com entidades estrangeiras.
As áreas de investigação que reúnem mais projetos em curso são as de “Riscos bióticos e abióticos”, com 9 projetos e a de “Novos produtos de mercado”, com 7. Logo de seguida, com 5 projetos de I&D, a área de “Silvicultura”, seguida da área de “Melhoramento genético” com 3 projetos em execução. Para as áreas temáticas de “Exploração e logística” e “Multifuncionalidade” não foram identificados registos.
Analisando a distribuição da atividade de I&D pelas prioridades definidas na Agenda de Investigação aprovada e desenvolvida pelos Membros, verifica-se que os projetos relacionados com aumento de produção e produtividade, a principal necessidade reconhecida, não concentram os principais recursos.
No entanto, “há desenvolvimentos muito positivos e face ao último levantamento aumentou consideravelmente a atividade de I&D nas prioridades definidas integradas em grandes projetos transversais”, refere Nuno Calado, membro da Equipa de Coordenação do CCPB em representação do Centro PINUS, destacando ainda que “no curto e médio prazo, aumentaremos a capacidade de usar plantas melhoradas, otimizar as operações silvícolas ou alargar o leque de espécies de coníferas, contributos relevantes para o aumento da produtividade e atratividade da cultura”.
Edmundo Sousa, representante do INIAV na Equipa de Coordenação do CCPB, destaca: “existe um sólido conhecimento científico que já nos permite, hoje, lidar com ameaças, como o Nemátode. O grande desafio é integrar o conhecimento de várias áreas e, claro, na gestão florestal”.
Por sua vez, Maria João Gaspar, representante da UTAD na Equipa de Coordenação do CCPB, recorda que foram recentemente criados grandes consórcios, como o projeto transForm, composto por 58 entidades ou o projeto RN21 – Inovação na Fileira da Resina Natural para Reforço da Bioeconomia Nacional, composto por 37 entidades e concorda: “atualmente verifica-se uma maior dinâmica de I&D e mais trabalho em rede através da constituição de consórcios, quer a nível europeu, quer nacional”.
Sofia Knapic, representante do SerQ e coordenadora do Grupo de Trabalho do CCPB sobre novas oportunidades de mercado, uma das áreas em que há agora maior dinâmica de I&D, destaca o enorme interesse empresarial em usar madeira em construção, aplicação para a qual o pinheiro-bravo tem uma excelente aptidão e refere “estas empresas estão muito preocupadas com o declínio do pinhal-bravo”.
Quando analisado o tipo de financiamento dos projetos em curso, o financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) é o que tem maior expressão, ao financiar quatro dos 18 projetos em fase de execução, seguido do Interreg, o POR – Programa Operacional Regional e o PRR – Programa de Recuperação e Resiliência, nomeadamente, com dois projetos em fase de execução
A dinamização do CCPB atualmente é financiada pelo PRR, nomeadamente o Programa MAIS Floresta (Reforço de Atuação dos Centros de Competência do Setor Florestal).
Consulte aqui a Agenda Portuguesa de Investigação de Pinheiro-Bravo desenvolvida pelo CCPB que identifica as principais prioridades de I&D consideradas relevantes para a sustentabilidade da Fileira do Pinho, nomeadamente: o aumento de produção e produtividade e a avaliação do contributo do pinhal-bravo para a promoção da biodiversidade e dos serviços do ecossistema.
Fonte: Centro PINUS
