O Movimento de União em Defesa das Árvores (MUDA) manifestou hoje satisfação com o anúncio da Câmara de Sintra de assumir responsabilidades na queda de árvores em Cacém-São Marcos, junto de proprietários afetados, advogando a defesa do património arbóreo.
“Verificamos com satisfação que o município de Sintra se tenha prontificado a assumir a responsabilidade, como seria expectável, sem demoras nem perdas de tempo burocráticas”, afirmou, em comunicado, Nuno Agostinho, pelo MUDA.
O coletivo de cidadãos reagiu assim ao compromisso do presidente da Câmara de Sintra, Marco Almeida (PSD), que em 05 de novembro assegurou aos moradores da urbanização de São Marcos, na freguesia de Cacém-São Marcos, que viram as suas viaturas danificadas pela queda de árvores, devido ao mau tempo, que o município iria “assumir os estragos”.
No entanto, o movimento salientou verificar com preocupação que, “sem qualquer consulta técnica independente credível e com as devidas qualificações, se tente elencar que a queda da árvore se deveu a falta de poda”.
Na nota, subscrita por Nuno Agostinho, refere-se ser “evidente que nas épocas de tempestade, com vento e chuva intensa, se potencia o risco de queda de estruturas, naturais ou artificiais” e, por isso, “importa também fazer a devida sensibilização da população para adotar comportamentos de prevenção, nomeadamente no estacionamento de veículos na via pública”.
O município de Sintra, acrescenta-se, tem em vigor o Regulamento de Gestão do Arvoredo, mas “falha em cumprir com a inventariação e publicação do inventário urbano de arvoredo”, conforme preconiza a legislação, “facto para o qual o MUDA alertou em reunião tida no passado com a Divisão de Serviços Urbanos.
“Qualquer intervenção no arvoredo terá de se cingir à legislação e regulamentação em vigor, nomeadamente para abates ou podas”, sublinhou o movimento, esperando que a aquisição externa de serviços de poda seja feita “com o devido enquadramento legal” e “um real acompanhamento e fiscalização no terreno das operações”.
Para o MUDA, os serviços camarários com a tarefa de abate e podas de árvores devem ser “igualmente dotado de técnicos arboristas e de competências técnicas e académicas relevantes para o correto desempenho das suas funções, de forma a proteger e valorizar o arvoredo urbano”.
O mau estado fitossanitário/estrutural de algumas árvores resulta “de podas sucessivas mal realizadas” e, “quanto mais se poda” mais a árvore fica fragilizada, “seja na sua estrutura como no seu crescimento”, lê-se na nota, pois cortes mal realizados “podem tornar-se fendas que originam fungos e outras doenças”, que a médio ou longo prazo “colocam em causa” a sua estabilidade.
O movimento defendeu o fim de “erros cometidos no passado, de podas incorretas, e de abates sem o devido enquadramento técnico/legal”, e que as “árvores caídas ou abatidas por motivos de segurança tenham a devida compensação e que sejam publicados os planos de podas e abates, assim como os planos de arborização”.
Em relação aos cidadãos que solicitem aos serviços camarários podas ou abates de arvoredo ou arbustos, o MUDA advogou que “sejam informados dos preceitos legais, e dos benefícios e importância dessa flora no meio urbano, tantas vezes negligenciado”.
O coletivo de cidadãos promove “uma cidadania de intervenção no espaço público e junto do poder político para sensibilização da defesa das árvores, tendo em conta as questões ambientais e climáticas, a biodiversidade e a qualidade de vida das pessoas”.
Na madrugada de 05 de novembro, Portugal continental foi afetado por uma superfície frontal fria de atividade moderada a forte, provocando chuva, trovoadas e vento, e fonte da autarquia sintrense disse à Lusa que a situação pior no concelho aconteceu em São Marcos, “com cinco veículos danificados na Avenida Brasília” por queda de árvores, além de “algumas inundações e quedas de muros e árvores, mas sem gravidade”.












































