Estima-se que esta edição da Fruit Attraction, uma das mais importantes feiras internacionais do sector agrícola, conte com mais de 200 importadores, retailers e compradores por parte da Índia, espelhando também as aspirações já declaradas pelos governos indiano e espanhol de fortalecimento do comércio bilateral entre os dois países. Esta será também uma boa oportunidade para Portugal, que já identificou este mercado asiático como dos mais importantes.
A Índia e a Singapura são os dois Países Importadores Convidados este ano para a feira que decorre em Madrid, de 22 a 24 de Outubro.
Nos últimos anos, a Índia tornou-se um destino cada vez mais importante para as frutas e legumes da União Europeia. «São mercados muito interessantes para os produtos europeus. A Índia tem vindo a aumentar as suas importações de alimentos, em parte impulsionadas pelas novas classes média e alta daquele país, que procuram comidas alternativas», diz Raúl Calleja, director da Fruit Attraction.
As exportações da UE para a Índia cresceram 306% em valor entre 2014 e 2017, atingindo um valor total de 46,7 milhões de euros, sendo as maçãs o principal produto exportado, 32 milhões de euros, segundo dados do Eurostat.
Singapura pede frutas com sabores ocidentais
Outro mercado que se apresenta como bastante apelativo para os países europeus é o de Singapura que, segundo um estudo comercial recente, procura cada vez mais frutas importadas, desde pêras a maçãs passando pelas laranjas e ameixas, para satisfazer os gostos dos consumidores que querem sabores mais ocidentais.
O dióspiro tem tido um interesse muito grande, com Espanha a exportar mais de 2 milhões de quilos deste fruto para aquele país em 2018. Raúl Calleja diz que Singapura terá uma tendência crescente para o dióspiro, maçãs e frutos de caroço, como pêssegos, ameixas e alperces. «As exportações de produtos frescos da União Europeia para Singapura cresceram 6% nos últimos quatro anos, atingindo 24.247 toneladas em 2017, com o valor total das exportações a aumentar em 60% para 35 milhões de euros», disse Calleja. «Os principais produtos exportados nesse período foram maçãs, kiwis e dióspiros em termos de frutas, bem como cebola, nos hortícolas».
Espanha, fonte de grande parte dessa produção, registou 9,5 milhões de euros em exportações para Singapura em 2017 (acima dos 4 milhões de euros em 2014); exportações que estavam amplamente concentradas no dióspiro (1,9 milhão de euros), mirtilos (1 milhão de euros), além de grandes volumes de limões, pêssegos e ameixas.
Considerada uma das nações mais abertas e favoráveis aos negócios internacionais, graças às tarifas zero ou muito baixas em muitos produtos, Singapura é neste momento um mercado estratégico para muitas empresas europeias. «Por um lado, é um grande importador de produtos alimentícios, e por outro, um importante centro de distribuição para toda a região”, acrescentou Calleja. “Além disso, o Acordo de Comércio e Investimento União-Singapura, que foi finalizado em Fevereiro, poderia actuar como catalisador de maiores exportações para Singapura e toda a Ásia.»
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