A indústria pecuária alemã vai poder continuar a matar os pintos do sexo masculino à nascença – enquanto a tecnologia não evolui. Assim decidiu um tribunal federal alemão. A questão pôs-se depois de um estado alemão, a Renânia do Norte-Vestefália, ter proibido essa prática. Dois produtores locais foram a tribunal para contestar a nova lei, e ao fim de vários recursos o tribunal superior confirmou as decisões dos seus predecessores.
Os pintos macho não são aproveitados pela indústria por não porem ovos, e também por demorarem mais tempo a crescer. Mas a sua matança à nascença – por métodos que incluem o gaseamento e a maceração, uma forma de esmagamento – é há muito contestada pelos defensores dos animais. Entre os quais se conta a atual ministra da agricultura alemã, que considera a prática “eticamente inaceitável” e defende que ela termine “o mais rapidamente possível”.
O parágrafo um da lei de proteção dos animais alemã diz que “ninguém deve infligir dor, sofrimento ou danos a um animal sem motivo razoável”. A questão põe-se quando ao significado desta cláusula. Será razoável matar bebés-pintos à nascença – 45 milhões deles, segundo as estimativas? O tribunal federal em Leipzig entendeu que sim.
Pelo menos até existir uma tecnologia para determinar o sexo dos embriões de galinha, permitindo destruir os ovos antes de serem chocados. O governo alocou oito milhões de euros para promover o desenvolvimento dessas tecnologias, que já se encontram em teste.
É provável que a sua aplicação seja possível em breve, embora estendê-las a toda a indústria vá certamente demorar mais tempo. Quando isso acontecer, os motivos razoáveis que justificam a matança atual deverão desaparecer de vez. Um ponto de vista secundado pela Associação Central da Indústria Pecuária Alemã, que garante que os seus associados também querem eliminar as práticas não éticas, logo que isso fizer sentido economicamente.