“Os nossos produtores locais estão focados na distinção da marca Portugal.” Foi assim que a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, iniciou a sua intervenção no Festival da Batata-Doce, em Aljezur.
Salientando que “a batata-doce representa uma mais-valia para a economia local”, cujas oportunidades “não se esgotam na produção e na comercialização”, Maria do Céu Albuquerque referiu sentir, neste contexto, “o real sentido da palavra empreendedorismo”, associado a um “produto endógeno que regista uma procura crescente dos consumidores pelas suas características”.
A Ministra enalteceu a iniciativa local e o seu contributo para o desenvolvimento nacional, realçando que a resolução das “questões demográficas depende do desenvolvimento coeso do território, ou seja, todas e todos têm de se sentir convocados para responder aos desafios. Só assim poderemos esbater as desigualdades”.
Desafios que passam pelas alterações climáticas e cuja resposta conta com a agricultura, nomeadamente através da aposta na inovação: “Também na agricultura temos de conseguir introduzir tecnologia para responder a um modelo de produção cada vez mais assente na sustentabilidade. (…) Falo da investigação ao serviço da agricultura para que também consigamos responder ao desafio das alterações climáticas”. Neste contexto e no âmbito da implementação do Programa Nacional de Regadios, Maria do Céu Albuquerque salientou o papel do regadio e a relevância da “requalificação e da modernização das estruturas existentes”, bem como da “integração de novas áreas com maior potencial para a irrigação”, sempre tendo em consideração a procura de uma maior eficiência hídrica.
Partindo dos “fatores distintivos da região”, Maria do Céu Albuquerque clarificou que a Resolução do Conselho de Ministros, aprovada a 18 de outubro, visou reforçar a compatibilização dos valores naturais com os da atividade agrícola. “A ocupação de estufas não pode ultrapassar os 30%”, esclareceu, acrescentando que se pretende ainda “desafetar áreas mais sensíveis, nomeadamente do ponto de vista ambiental, integrando novas áreas com mais potencial agrícola”, mantendo-se a área total.
Ainda neste âmbito, a Ministra da Agricultura acrescentou que não se pretende “escamotear” o problema existente com os trabalhadores imigrantes e que esta Resolução estabelece um período de até 10 anos para a integração nas áreas urbanas, criando um grupo de trabalho que vai monitorizar o trabalho desenvolvido. E deixou o desafio: Todos juntos temos de encontrar respostas em prol de um desenvolvimento sustentável dos nossos territórios”.
Maria do Céu Albuquerque adiantou que, neste momento, a internacionalização do setor é uma prioridade, pretendendo-se “valorizar a atividade agrícola, o espaço rural e o território nacional”. E, segundo a Ministra que tutela a pasta, “a nossa agricultura, os nossos agricultores sentem-se capacitados para integrarem a resposta aos grandes desafios que enfrentamos”. “Nós temos como objetivos claros o crescimento, o emprego, mantendo as contas certas. E temos uma certeza: a agricultura é um contributo líquido para atingirmos estes objetivos”, assumindo-se “cada vez mais inovadora, mais sustentável, mais competitiva, nos mercados internos e externos, e promovendo o desenvolvimento rural e a coesão territorial”, concluiu.
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