[Fonte: Correio dos Açores]
O Presidente da Federação Agrícola dos Açores afirma que se preço do leite não aumentar e governo não conceder 45 euros por vaca a lavoura açoriana afunda-se
O Presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, afirmou ontem ao ‘Correio dos Açores’ que, “se não houver por parte da indústria um aumento do preço do leite nos próximos tempos, nem do Governo Regional a manutenção dos apoios por vaca que vinha concedendo às explorações agrícolas açorianas, o sector leiteiro afunda-se nos Açores”.
“O facto é que, referiu, as indústrias (neste momento algumas mais do que outras) teimam em não aumentar o preço do leite. O leite aumentou em toda a Europa e toda a gente sabe e conhece essa situação. A média do preço do leite na Europa já está a 33 cêntimos. Já descolou, só não descolou na Região nem no país, mas mesmo no país está acima da média dos Açores. Ora, se a indústria não aumentar o preço do leite nos Açores nos próximos tempos, estará a arrastar para a falência um grande número de produtores”, salientou Jorge Rita.
Para além disso, prosseguiu, “neste momento crucial, o Governo dos Açores tem de assumir os compromissos que tem com a lavoura e, em termos orçamentais, tem de continuar a pagar os 45 euros por vaca que vinham sendo concedidos pela Região”.
“Se o governo regional”, prosseguiu, “retirar ou diminuir alguns apoios que já tivemos, não podemos aceitar nem vamos aceitar. Não é para ganhar dinheiro, é para nos manter à tona de água porque se não for assim afundamo-nos todos e se o sector leiteiro afundar nos Açores, afunda-se a economia da Região e afundam-se as economias emergentes porque essas, se têm muito sucesso, isso deve-se à agricultura que temos na Região”.
O Presidente da Federação Agrícola está decidido a “não desistir” das reivindicações que tem feito. “Não desisto também da questão da segurança social que é nacional mas que deve haver um trabalho mais persistente por parte do governo regional no sentido de se encontrar uma solução”.
O pagamento especial por conta “é uma grande injustiça” para os agricultores açorianos. A nível nacional, explicou, houve um acordo com os parceiros sociais em que o pagamento especial por conta ia deixar de ser feito pelas empresas em troca do aumento do salário mínimo. Nesse acordo, segundo Jorge Rita, “devia ter sido incluído o pagamento por conta para os empresários, no caso concreto, os empresários agrícolas.
Como explicou, o pagamento especial por conta é para as empresas e o pagamento por conta é para os empresários. “Estas são lutas das quais não vamos desistir”. J.P.
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