O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje PS, PSD e CDS-PP de estarem “unidos” na “garantia” aos banqueiros, apoiando-se no erário publico para cobrir as “negociatas” e “fraudes” do setor.
“Unidos e bem unidos na garantia aos banqueiros, do apoio do erário público, para cobrir os seus desmandos, negociatas, fraudes, com o incentivo e a bênção da União Europeia, que soma mais de 17 mil milhões de euros e as faturas continuam a chegar para o país pagar”, disse.
Jerónimo de Sousa, que falava num almoço regional do Alentejo do PCP, comemorativo do 98.º aniversário do partido, no Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas (Portalegre), questionou a falta de verbas para diversos setores, lamentando que, no entanto, haja sempre dinheiro para solucionar os problemas da banca.
“Nunca há dinheiro, nunca há dinheiro nem para atender aos professores, às forças de segurança, aos enfermeiros, aos setores da Justiça, ao aumento do salário mínimo nacional, nunca há dinheiro porque o dinheiro não chega, então como é que encontram 17 mil milhões de euros para entregar à banca e aos seus desmandos?”, questionou.
O secretário-geral do PCP acusou ainda PS, PSD e CDS-PP de estarem unidos na “construção e na cobertura” das decisões do Banco Central Europeu, para a formação de um “banco gigante ibérico”, para que o Novo Banco fique “limpinho de dívidas”.
Perante mais de 900 militantes e simpatizantes do PCP, Jerónimo de Sousa classificou ainda como “importantes batalhas” as próximas eleições para o Parlamento Europeu, em maior, e as legislativas, em outubro.
“O que está verdadeiramente em opção é saber se vamos ter um Parlamento Europeu que defende os trabalhadores e o povo, como farão os deputados da CDU, ou se vamos ter deputados que aceitam submeter o país às imposições da União Europeia, como fizeram no passado e farão no futuro os deputados do PS, PSD e CDS-PP”, disse.
O cabeça de lista da CDU nas europeias, João Ferreira, foi outro dos oradores neste almoço, tendo alertado que nas eleições de maio está em causa “apoiar a submissão do país” aos interesses da União Europeia ou “dar força” à CDU para “defender de forma intransigente” os interesses do país.
“Está nas mãos de cada um decidir. Apoiar quem sacrificou a produção nacional, a agricultura, as pescas e a indústria ou apoiar aqueles que defendem em todas as circunstâncias a agricultura nacional, as pescas nacionais, a indústria nacional”, disse.