Um estudo realizado na School of Agro-Industrial Engineering da Universidad Técnica del Norte, no Equador, identificou o extrato etanólico da casca de tangerina como uma alternativa natural e de baixo custo para o controlo de pragas na batata.
A análise mostrou que a solução alcançou resultados muito próximos aos dos produtos químicos, mas sem afetar insetos benéficos para as culturas, tais como joaninhas, abelhas e vespas.
Durante a época chuvosa de 2023, investigadores do Equador, em colaboração com a School of Chemical Sciences and Engineering da Yachay Tech University, testaram duas formulações de campo (1,25% e 2,5%) e compararam-nas com tratamentos convencionais e parcelas sem aplicação.
Os resultados foram claros: “a formulação a 2,5% reduziu populações de tripes e pulgões entre 49% e 62%, alcançando um desempenho equivalente ao dos pesticidas químicos”, referiram os autores.
A investigação registou também menos lagartas e outras pragas que atacam as culturas de batata. Segundo a Yachay Tech University, “nos pulgões, a redução atingiu 52% com o extrato a 2,5%, contra 75% com o uso químico convencional.”
No final da colheita, a produção obtida com o extrato natural representou 73% do rendimento alcançado com químicos, mas com qualidade semelhante nos tubérculos e menor presença de pragas subterrâneas.
O extrato foi feito a partir de cascas de tangerina recolhidas em Pimampiro, no Equador, e tratadas com etanol. As análises mostraram que o limoneno, composto que representa 70% do extrato, foi o principal responsável pelo efeito contra insetos.
De acordo com os cientistas, ensaios adicionais indicaram ainda baixa toxicidade para o ambiente.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.