A investigação à exploração de patos Marinhave, acusada de maus tratos aos animais, ainda prossegue, confirmou à Lusa o Ministério da Agricultura, que referiu que a empresa continua sem atividade.
“[…] Podemos informar que a investigação ainda está a decorrer, pelo que é prematuro tirar conclusões”, referiu o Ministério da Agricultura, em resposta à Lusa.
A SIC emitiu, em 29 de setembro, uma reportagem sobre a Marinhave, a maior exploração de patos da Península Ibérica, localizada em Benavente, na qual são divulgadas imagens de patos recém-nascidos deitados no lixo, alguns vivos e outros mortos.
As imagens mostram também trabalhadores a agredir os animais na exploração.
Um dia depois, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) anunciou a abertura de uma investigação e indicou que a Marinhave estava sem animais desde o início daquele mês, na sequência da confirmação de um foco de gripe aviária.
Segundo a DGAV, só voltam a ser introduzidos novos animais na exploração após a conclusão das averiguações em curso “e desde que esteja comprovado o cumprimento integral das exigências legais em matéria de bem-estar animal e biossegurança”.
Em marcha estão ações inspetivas complementares para a recolha de informação técnica, de modo a avaliar as situações denunciadas.
Caso se confirmem, vão ser aplicadas sanções, como processos contraordenacionais.
O Ministério da Agricultura e Mar assegurou à Lusa que a exploração em causa “continua sem atividade”.
No início de outubro, o Instituto Halal de Portugal, responsável por uma das certificações atribuída à exploração de patos Marinhave esclareceu que esta apenas abrange o abate e não a criação ou o transporte.
A Marinhave é certificada pelo instituto por cumprir os requisitos para a produção de carne Halal, como, por exemplo, que o animal, quando abatido, está virado para Meca e que é feito um corte único e continuo para garantir a morte instantânea e o sangramento completo.
A certificação atribuída à Marinhave, disponível no seu ‘site’, expirou em julho. O Instituto Halal não esclareceu se a mesma foi renovada automaticamente.
“Para os mercados de exportação, a certificação é realizada por lote, de forma a cumprir com as exigências internacionais. No processo Halal da empresa em questão, a informação de que eles [animais] não seriam insensibilizados é incorreta”, acrescentou o presidente executivo do instituto, Azhar Vali.
A Marinhave tem ainda a certificação BRC, que assegura a qualidade e segurança alimentar dos produtos.
A Lusa contactou a Marinhave e a SGS, responsável pela certificação em Portugal, mas não obteve resposta.