Um relatório de peritos norte-americanos hoje divulgado sobre os incêndios florestais de 2022 em Portugal adverte que subsistem riscos de danos ou perdas para as populações e infraestruturas nas áreas afetadas.
O relatório, feito por elementos do Serviço Florestal dos Estados Unidos e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, foi hoje divulgado pela AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, na véspera de a Comissão Nacional da Proteção Civil apreciar e aprovar o dispositivo de combate a incêndios para 2023.
A equipa de peritos norte-americanos avaliou entre 17 e 27 de outubro várias áreas ardidas no verão passado nos incêndios na Serra da Estrela, em Murça e Revel (Vila Real) e no distrito de Leiria.
A avaliação focou-se no solo e nas populações dentro e a jusante dos perímetros de incêndio que poderiam estar em risco de danos ou perdas devido ao estado das áreas ardidas, partindo de “valores cruciais” como a vida humana, a segurança e as infraestruturas de transporte.
Foram, ainda, consideradas ameaças potenciadas pelos incêndios florestais como a erosão acelerada do solo e a escorrência de água, que levam ao aumento de transporte de sedimentos, ao maior fluxo de riachos ou detritos, inundações, deslizamentos de terra e queda de rochas.
O documento conclui que “os riscos pós-incêndio permanecem para as populações e infraestruturas nas áreas queimadas” apesar de a “gravidade” dos efeitos causados pelos incêndios nas zonas ardidas analisadas ser “predominantemente baixa a moderada”.
Entre outras medidas para reduzir o risco e mitigar os impactos pós-incêndio, os especialistas norte-americanos recomendam sistemas de alerta precoce que permitam antecipar ou observar inundações e fluxos de detritos e avisar autoridades e populações, a remoção de árvores em perigo de queda ao longo das estradas e a melhoria da drenagem de estradas, encostas e solos agrícolas.