O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Freixo de Espada à Cinta entrou hoje ao início da tarde em fase de resolução, com os meios de combate a continuar no terreno para prevenir reacendimentos, disse à lusa a Proteção Civil.
“O incêndio está em fase de resolução. Vamos entrar em trabalho de consolidação e rescaldo do perímetro do incêndio ao longo da tarde. Ainda há vários pontos quentes para os quais temos de ter atenção para evitar reacendimentos”, explicou à agência Lusa o comandante sub-regional da Terras de Trás-os-Montes, João Noel Afonso.
Segundo o comandante, as próximas horas vão requerer “muita atenção” para evitar reacendimentos, consolidação do perímetro e rescaldo e os meios de combate ao fogo vão permanecer no local.
“Este fogo atingiu uma vasta área do território de três concelhos, em trabalho com condições muito adversas, com temperaturas elevadas, ventos fortes e o fumo e as poeiras não deixaram atuar os meios aéreos. A orografia do terreno também é muito complicada e com difíceis acessos. Foi uma tarefa muito complicada, devido a estes fatores”, indicou o comandante.
Segundo João Noel Afonso, o concelho de Freixo de Espada à Cinta foi o mais afetado, seguido do de Torre de Moncorvo, sendo Mogadouro o que menos sofreu.
O fogo deflagrou ao início da tarde de sexta-feira, nas localidades de Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, em pleno Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), e depressa se alastrou aos concelhos vizinhos de Mogadouro e Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança.
De acordo com o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes, o fogo já consumiu mais de 10 mil hectares de terreno.
Segundo as autoridades, este número ainda poderá aumentar.
De acordo com a página oficial na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 15:15 estavam no terreno 345 operacionais, apoiados por 115 veículos e dois meios aéreos.
A este dispositivo juntam-se oito máquinas de rasto, meios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da GNR.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.