O CERC – Conselho Empresarial da Região de Coimbra manifestou hoje a sua profunda preocupação e indignação face à catástrofe provocada pelos incêndios que assolaram os concelhos, entre outros, de Arganil, Góis, Lousã, Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra.
Segundo uma nota de imprensa enviada à agência Lusa, os fogos deixaram “marcas profundas” e “provocaram enormes prejuízos ambientais, sociais e económicos, fragilizando a coesão territorial e ameaçando a sobrevivência de inúmeros negócios que dependem da vitalidade e biodiversidade da serra”.
O presidente do CERC, Hugo Serra, alertou, citado no comunicado, que, “se não forem tomadas medidas urgentes”, há o risco de “condenar o interior ao abandono definitivo”.
O Conselho Empresarial da Região de Coimbra defende que o Estado se desloque ao território para ouvir as autarquias, empresários e entidades locais, “de forma a garantir que a estratégia de reconstrução é realista, eficaz e conduzida por quem conhece verdadeiramente o território”.
Para os empresários, os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030 devem ser “canalizados para a reconstrução da paisagem natural e para a revitalização do tecido económico e social, devolvendo esperança, dignidade e futuro às comunidades e empresas”.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.
Segundo dados oficiais provisórios, até 19 de agosto arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.