A Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), mais conhecida como banco de fomento, e o Novo Banco assinaram esta quarta-feira, no Ministério da Economia, em Lisboa, um contrato de empréstimo de 40 milhões de euros para financiar empresas portuguesas.
De acordo com o comunicado conjunto do Ministério da Economia, do Novo Banco e da IFD, o contrato de empréstimo é destinado aos “setores da indústria transformadora, turismo, agricultura, comércio e serviços”, a empresas com “particular apetência para projetos em investimento produtivo e de desenvolvimento do negócio nas áreas da inovação e internacionalização”.
O financiamento enquadra-se na linha Capitalizar ‘MidCaps’ (empresas de capitalização média), proveniente do Banco Europeu de Investimento (BEI), e completa os 100 milhões de euros de crédito acordados com bancos portugueses, depois do acordo de 60 milhões assinado com o BCP em janeiro.
Na cerimónia de assinatura do protocolo estiveram presentes o ministro Adjunto e da Economia e os presidentes executivos do Novo Banco e da IFD.
Em declarações à agência Lusa, à margem da assinatura do protocolo, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse que “o sistema bancário em Portugal tem dificuldade em conceder crédito a longo prazo às pequenas e médias empresas (PME)” e não responde a tempo a projetos de investimento que “demoram tempo a pagar-se e que exigem prazos”.
O ministro considerou ainda que “falta na economia portuguesa a capacidade de trazer capital para as empresas em fase de nascença” e que “ainda não provaram que têm o modelo de negócio suficientemente desenvolvido”, concluindo que instituições como a IFD “atuam naquilo que são as falhas de mercado”.
Já o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, anunciou que os 40 milhões de crédito concedido vão estar “centralizados no Novo Banco, mas descentralizados nos objetivos de colocação destes fundos”, explicando que “10% dos fundos estão afetos aos Açores” e que espera ter outros “10% afetos à Madeira”.
O presidente executivo da IFD, Henrique Cruz, considerou o acordo “mais um testemunho que a IFD está empenhada em financiar o acesso ao financiamento pelas empresas portuguesas”.
“A IFD conclui assim a colocação da primeira tranche de 100 milhões de euros para financiamentos que podem ir até 12 anos e, assim, faz com que chegue à economia outro tanto que o Novo Banco e outra instituição financeira [o BCP] terão de acompanhar, perfazendo um total de 200 milhões de euros”, completou.
Segundo o comunicado conjunto, “a IFD dá preferência às propostas de carteira de empréstimos às PME e ‘MidCaps’ que privilegiem o financiamento do investimento relativamente ao fundo de maneio” e que “apresentem maturidade média mais longa (podendo ir até 12 anos)”.