O Le Monde avança que o relatório europeu de avaliação dos riscos do glifosato e do qual resultou a renovação por mais cinco anos da sua autorização para utilização na União Europeia foi quase totalmente copiado de informações prestadas pela Monsanto, que comercializa o produto sob o qual recaem suspeitas de ser cancerígeno.
Segundo acrescenta o Diário de Notícias, um grupo de peritos alemães (do Bundesinstitut für Risikobewertung – BfR) foi mandatado pela União Europeia (UE) para avaliar os riscos do uso do glifosato, mas as 4.000 páginas que produziu são afinal resultado de cópia e plágio do dossier de homologação produzido pela e outras indústrias e entregue às autoridades europeias.
Uma avaliação a esse relatório, pedido por deputados europeus dos Verdes, dos socialistas e do grupo da esquerda unitária, conclui que 50% do documento oficial foi plagiado e 70% é resultado de cópia.
A análise foi feita pelo especialista em plágio austríaco Stefan Weber e pelo bioquímico Helmut Burstcher, da ONG Global 2000.
Desde que o documento do BfR foi apresentado que existiam suspeitas que este teria sido escrito pela Task Force Europeia do Glifosato (consórcio de empresas de pesticidas).
Os autores usaram software WCopyfind para comparar os dois relatórios – o da indústria e o do BfR – e descobriram que «o plágio incidiu exclusivamente nos capítulos que tratam da avaliação de estudos publicados sobre riscos para a saúde relacionados com o glifosato».
Foi este estudo encomendado ao instituto alemão que serviu de base à decisão da autoridade europeia de segurança alimentar (EFSA) e os peritos dos estados-membros decidiram que o glifosato não podia ser associado directamente ao risco de cancro.