Arranca com um capital social superior a 216 milhões de euros e vai tirar partido das 22 agências da Norgarante, Lisgarante, Garval e Agrogarante para incrementar o apoio a todos os sectores da economia
As quatro sociedades operacionais do Sistema Português de Garantia Mútua concretizaram esta quinta-feira, notarialmente, a sua fusão dando lugar a um único operador – a nova SGM – Sociedade de Garantia Mútua, SA.
O processo de concentração conduzido pela administração única das quatro sociedades, que tomou posse há um ano, permite “otimizar recursos e atuar de forma mais articulada, potenciando e integrando as 22 agências existentes numa verdadeira rede nacional de apoio ao investimento e à competitividade, com soluções impactantes para as empresas de todos os sectores da economia”.
A operação concretiza uma “reorganização profunda na forma de atuação do Sistema Português de Garantia Mútua”, cujo primeiro operador, a SPGM – Sociedade de Investimento, foi instituído, por iniciativa governamental, há 31 anos. A partir daí, o sistema expandiu-se, com a criação das quatro Sociedades de Garantia Mútua maioritariamente privadas e agora integradas numa única entidade que “ganha agora mais eficácia na sua atuação, atinge dimensão relevante e reforça a proximidade às empresas”, destaca Joaquim Pinheiro, presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Garantia Mútua.
Capital social acima de 216 milhões de euros
O capital social do novo operador português de garantias supera os 216 milhões de euros, tendo sido acautelada a correspondência direta entre ações das sociedades incorporadas (Lisgarante, Garval e Agrogarante) e ações da sociedade incorporante (Norgarante).
A fusão foi conduzida “num ambiente de consenso e cooperação” entre todos os stakeholders (acionistas, reguladores, colaboradores, parceiros financeiros, associações empresariais e empresas), e com o seu acionista de referência – O Banco Português de Fomento – o que permitiu que a Garantia Mútua voltasse a ter um papel fundamental no financiamento das empresas e, em particular, junto das PME e Microempresas. Em 2025 o volume de garantias financeiras prestadas correspondeu a 5 mil milhões de euros de financiamento, praticamente 10 vezes mais do que tinha sido efetuado em 2024, sublinha o ‘chairman’ da Garantia Mútua. Deste modo, o Sistema Português de Garantia Mútua consolida a sua atividade e demonstra a amplitude da sua intervenção.
Por seu lado, José Furtado, presidente da Comissão Executiva, realça “o legado de duas décadas das sociedades que consolidaram a sua credibilidade e competência junto das empresas e empresários, afirmando-se como parceiros financeiros de referência, em bons e maus momentos. Reinventar o sistema de garantia mútua significa hoje ganhar escala, robustez e eficiência para melhor corresponder aos novos desafios na economia”.
“O nosso maior ativo é a confiança e o conhecimento que advém da proximidade às empresas, aos territórios e à especificidade dos setores de atividade.
Com a fusão, esses atributos não só serão preservados, como potenciados e irão gerar maior impacto”,
“Somos, e continuaremos a ser, um instrumento de vocação mutualista, criado para as empresas e pelas empresas. conclui o CEO da Garantia Mútua, José Furtado.
Com efeito, a nova entidade mantém a sua identidade mutualista, com cerca de 80% do capital detido por empresas privadas, acentuando a sua natureza enquanto sistema criado “de empresas para empresas”.
Para Joaquim Pinheiro, a conclusão do processo “representa o renascimento da Garantia Mútua que se tornou fundamental para a economia portuguesa e que ficou agora mais forte, mais ágil e mais preparada para responder às necessidades das empresas portuguesas”.
Indicadores agregados confirmam relevância da Garantia Mútua
Desde 1994 até final de outubro passado, o Sistema Português de Garantia Mútua apoiou mais de 155 mil empresas portuguesas no acesso ao financiamento para investimento em equipamento produtivo, modernização, inovação, expansão, internacionalização, concentração e competitividade, entre outras finalidades. Com maisde 387 mil garantias contratadas nestes 31 anos, cujo montante agregado atingiu
mais de 28 mil milhões de euros, e que ajudaram a ser criados e mantidos mais de 2 milhões de postos de trabalho.
Com o respaldo da garantia mútua e condições de financiamento mais favoráveis, 12.830 entidades, maioritariamente pequenas e médias empresas, mas também empresários em nome individual e agentes da economia social, arrancaram, até outubro passado, com investimentos que, no seu conjunto, mobilizam mais de 4 mil milhões de euros prevendo-se atingir os 5 mil milhões em finais de 2025. Desta forma, as soluções de garantia mútua estão a contribuir para a manutenção ou criação de mais de 245 mil de postos de trabalho.
A 31 de outubro, o valor da carteira viva da Garantia Mútua ascendia a 3,7 mil milhões de euros. Contabilizava, então, 75.968 garantias ativas, contratadas por 55.512 entidades, PME na sua maioria.
Para estes indicadores muito contribuiu a dinâmica de transformação operada, de forma articulada com o Banco Português de Fomento, e que tornou possível “materializar já o impacto do processo de integração e de modernização da Garantia Mútua”, adianta José Furtado.
A produção de garantia representa 10 vezes mais do que o volume alcançado no ano transato, refletindo a forte mobilização da procura em presença da oferta reforçada pelas linhas de apoio à economia, como a BPF InvestEU, “tendo-se revelado determinante a atribuição de limites de garantias pré-aprovadas, que induziram maior agilidade em todo o ciclo de financiamento bancário”.
Fonte: Garantia Mútua













































