Já foram selecionadas as 20 regiões onde surgirão Planos de Reordenamento e Gestão de Paisagem, para diversificar a floresta e torná-la mais resiliente ao fogo. Das 20, quase todas (18) estão no Norte e Centro. As próximas a arrancar serão as das serras da Falperra e Padrela/Marão e Alvão; da Lousã e do Açor; e o Pinhal do Interior, indica ao JN o Ministério do Ambiente.
Com a criação de planos de paisagem, o Governo quer preservar a biodiversidade e tornar a floresta mais resiliente ao fogo – e, portanto, preservar sumidouros de carbono para reduzir as alterações climáticas (a floresta absorve dióxido de carbono, um dos principais causadores do aquecimento global).
O mapa enviado ao JN pelo gabinete do ministro Matos Fernandes mostra que as 20 áreas selecionadas incluem, por exemplo, o parque da Peneda Gerês ou a terra fria transmontana, bem como territórios que têm sido fustigadas pelos incêndios nos últimos anos, como o Paiva e Vouga ou as regiões devastadas pelos fogos de 2017.
Foram definidas mediante o perigo de incêndio e incluem as freguesias onde mais de 60% do território está em risco “alto e muito alto de incêndio”, desde que sejam contíguas e formem manchas com mais de 200 quilómetros quadrados de área. As freguesias concretas serão definidas pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF) e pela Direção Geral do Território
Ainda falta legislar
O Programa de Transformação da Paisagem ainda tem que ser legislado, para que o Estado possa arrendar terrenos de proprietários que não queiram aderir aos planos de paisagem ou tomar posse da floresta sem dono conhecido.
Os donos que queiram aderir poderão candidatar-se financiamento. Haverá 174 milhões de euros, para apoiar a plantação de espécies resilientes ao fogo e compensá-los durante as primeiras décadas da nova floresta, até que seja rentável.
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