Na altura das vindimas, as ações de fiscalização são reforçadas na Região Demarcada do Douro (RDD), fazendo-se um acompanhamento desde a vinha até aos centros de vinificação para assegurar a autenticidade das uvas.
Uma dessas ações decorreu hoje, no concelho de Lamego, distrito de Viseu, e juntou militares da GNR e vários elementos do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) e da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
“Visa essencialmente fazer o controlo daquilo que são as mercadorias que estão a circular na RDD e, especificamente numa altura de vindima, controlar as uvas que entram para os centros de vinificação”, afirmou Gilberto Igrejas.
Esta é, sublinhou, uma ação que se está a “reforçar cada vez mais”, mas que é também repetida ao longo do ano em várias ocasiões.
“São ações que fazemos com muita frequência, não só nesta altura de vindima, mas também no controlo, depois, do produto que está no mercado. Esta ação tem a preocupação de acompanhar desde a vinha até aos centros que recebem as uvas, para verificarmos a autenticidade dos produtos”, realçou Luís Lourenço, inspetor-chefe da ASAE, que também acompanhou a ação.
É também importante, referiu, que “não haja concorrência desleal e que os operadores estejam nas mesmas circunstâncias, a trabalhar todos por igual”.
“O IVDP não está presente no território apenas hoje porque estamos aqui com a comunicação social, o IVDP está no território de forma quotidiana, levando a cabo fiscalizações diárias de centros e instalações vínicas, e ao nível do controlo que é efetuado nas próprias parcelas de vinha, assegurando, precisamente, aquilo que é o controlo da RDD e a certificação dos nossos produtos e as nossas Denominações de Origem Protegida (DOP)”, assegurou Gilberto Igrejas.
Durante a fiscalização que decorreu hoje, em Lamego, na rotunda que dá acesso à ponte que liga à cidade do Peso da Régua (Vila Real) foram mandadas parar as viaturas que transportavam uvas e vinho.
Aos condutores foram pedidos documentos como a autorização de produção que deve acompanhar o transporte das uvas pela Região Demarcada do Douro (RDD), onde está toda a informação sobre o viticultor, local de produção e para onde vão as uvas.
Um dos produtores fiscalizados argumentou que a fiscalização devia ser feita nas entradas para a RDD e não no centro da região, considerando que a iniciativa “atrapalha quem está a trabalhar”. Já outros concordaram com a operação, considerando-a importante.
José Pinto Carvalho, de Moura Morta, transportava uvas para Lamego, e disse que a fiscalização serve para se “saber de onde vêm as uvas” e que “sempre é um controlo”, no entanto considerou que o “problema não está nas uvas da região, mas no vinho que vão comprar a Espanha”.
“Acho bem, acho bem. Deviam fazer isto sempre e até as deviam ver, conforme vão nas dornas”, defendeu António Botelho Cardoso, de Galafura.
Enquanto a Lusa acompanhou a fiscalização não foram detetadas irregularidades. O Inspetor-chefe da ASAE sublinhou que este é um setor “muito controlado e muito fiscalizado”, acrescentando que estas ações se vão prolongar até ao final da vindima.
Gilberto Igrejas realçou ainda o efeito pedagógico que se pretende com estas ações, especificando que as ações no terreno são reforçadas com a utilização de sistemas informáticos que estão atualmente ao dispor do IVDP.