O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse esta quarta-feira em comissão parlamentar que 40% da Ferrovia 2020 está em curso, contrariando os últimos resultados dados que apontavam para uma taxa inferior a 9% e foram, de resto, salientados por alguns deputados.
Recentemente, segundo noticiou o Público, o programa Ferrovia 2020 apresenta uma taxa de execução inferior a 9%. Foram apresentados 20 projetos para o plano ferroviário nacional por Pedro Marques, mas das duas dezenas de projetos, oito já deveriam estar concluídos e 11 deveriam estar já em execução. Existem seis em obras.
Pedro Marques desvalorizou as críticas. E lembrou que são mais de 300 quilómetros de ferrovia que estão em execução. “Esta é uma ferrovia com 315 quilómetros de obra em execução”, disse, lembrando que o programa, com conclusão prevista para 2021, vai agora a meio.
Confrontado pelos deputados sobre as condições da ferrovia e o investimento público que este Executivo tem levado a cabo nesse sentido, o ministro disse que Portugal tem a sexta maior linha ferroviária do mundo, salientando que “ainda estamos a pagar o investimento rodoviário que se fez no país”. Aliás, foi este Governo que “tirou a ferrovia do marasmo em termos de investimento”, defendeu o ministro.
Sobre a ligação Évora-Elvas, o ministro garantiu que o Governo está a tomar medidas para “mitigar os impactos” negativos desta obra para a população dessas regiões, tendo em conta o atravessamento ferroviário previsto para a cidade e lembrou que, com essa linha, “estamos em vias de adjudicar a maior obra em ferrovias dos últimos 100 anos”. O ministro fez saber também que os contratos para os 100 quilómetros desta linha estão a ser adjudicas e que vão arrancar para a semana as obras na linha do Tua.
Pedro Marques acrescentou que as passagens desniveladas existentes vão ser todas repostas com “rebaixamento/enterramento da linha”, sublinhando que os impactos do ruído dos comboios a passar em vala “são muito mitigados, embora não totalmente”, assim como o impacto visual é menor com esta solução.
A nova ligação ferroviária a construir entre Évora e Elvas pretende reforçar a conexão ferroviária dos portos e das zonas industriais e urbanas do sul de Portugal a Espanha e ao resto da Europa.
Este troço, chamado ‘missing link’, faz parte do corredor internacional sul, que ligará o porto de Sines à fronteira com Espanha, tendo o concurso público sido apresentado no final de março de 2018 pelo primeiro-ministro, António Costa, e o seu então congénere de Espanha, Mariano Rajoy.
A conclusão da obra está programada para o primeiro trimestre de 2022, num custo de 509 milhões de euros (quase metade provenientes de fundos europeus), segundo o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas.