“Enquanto o Estado português não fizer mais do que tem feito, em termos de ordenamento do território, não há bombeiros e não há voluntários para dar a cara e o corpo para evitar mortes, feridos e danos materiais”, afirmou, esta quinta-feira à tarde, o advogado José Dinis Marques, em representação de um assistente “martirizado pelo fogo”, durante as alegações do processo relativo às mortes nos incêndios de Pedrógão Grande.
Apesar de admitir “alguma incúria” da parte dos arguidos, José Dinis Marques disse não ser capaz de imputar a ninguém responsabilidade direta pela tragédia. “Felizmente, vivemos num estado de direito, que tem regras e leis, mas não vejo aqui membros do Governo que omitiram todos os seus deveres ao longo de décadas”, observou.
Nesse sentido, o advogado com ligações a Pedrógão Grande, onde deflagraram os incêndios a 17 de junho de 2017, manifestou um “respeito enorme” pelos arguidos e aconselhou-os a terem “calma e fé”. “Sei que é muito difícil tomar posição quando alguém, como eu, tem pouquíssimas certezas e muitas dúvidas, […]