Destacar e promover a citricultura que se faz no concelho são apenas dois dos propósitos da 3.ª Mostra Silves Capital da Laranja que decorre de 15 a 17 de fevereiro. Depois de alguns anos em estagnação, ultimamente a área de citrinos no concelho tem aumentado exponencialmente, sendo um dos setores económicos mais importantes, com cerca de 2200 produtores, ocupando uma área de mais de 6000 hectares. Entretanto foi também criada a marca “Laranjas de Silves” e a própria autarquia tem assumido um papel de parceiro junto dos agricultores, colaborando de forma institucional na vontade de elevar o nome de Silves como a referência nacional dos citrinos.
O concelho de Silves é há longos anos visto como local de produção de citrinos e, em particular, de laranjas de grande qualidade, identificadas em muitos locais como “Laranjas de Silves” e associadas à doçura, quantidade de sumo e delicadeza de aromas excecionais. À nossa reportagem a presidente do município, Rosa Palma, avança igualmente que esta atividade representa a cultura mais importante do concelho, e depois de alguma estagnação, nos últimos anos tem vindo a crescer e “encontra-se hoje em grande expansão, com novos investimentos ao abrigo de ajudas comunitárias, como é o caso do antigo Proder e presentemente com o PDR 2020”.
Rosa Palma identifica como a principal dificuldade sentida pelos agricultores a comercialização a preços competitivos. “Assim e face ao reconhecimento e importância deste produto singular, o atual executivo camarário promoveu a criação e registo da marca “ Silves Capital da Laranja”, que procurará promover o património e o território, associando o produto laranja à sua história, qualidades organoléticas e importância no mercado, provocando assim um maior interesse nacional e internacional no consumo das nossas laranjas”. Desta forma, a autarquia espera contribuir de forma decisiva para que a comercialização dos produtos possa ser assunto integrante da agenda do setor e, simultaneamente que ao agir desta forma e dando visibilidade ao produto, possa contribuir para o aumento de interesse e de consumo do mesmo.
Por outro lado, considera-se que caso exista por parte dos produtores medidas ligadas ao associativismo e uma boa estratégia de marketing, este produto que é de excelência facilmente entrará nos mercados nacionais e internacionais como uma laranja de excelência. Por isso mesmo, a Mostra pretende ser um local que promove encontros, sinergias, que permite o debate e o conhecimento das novidades do sector e que aproxima os produtores entre si, das instituições ligadas à atividade e do próprio público, de modo a que melhor se saiba o que se vai fazendo e o que diz respeito à citricultura.
Sobre as novidades que vão sendo introduzidas na produção a autarca verifica que o agricultor de hoje, ciente dos custos associados à produção, tem modernizado muito os seus pomares utilizando técnicas que otimizem os seus fatores de produção, como é o caso da rega de precisão, assim como a utilização de novas espécies e mecanização.
Já em relação aos subprodutos, tem existido uma grande aposta na utilização da laranja para a indústria de transformação (existe uma unidade de produção de concentrado de sumo de laranja no concelho), assim como têm surgido novas indústrias de transformação, nomeadamente ligadas à produção de licores e de doçaria tradicional.
A autarquia tem assumido um papel de parceiro junto dos agricultores, colaborando de forma institucional na vontade de elevar o nome de Silves como a referência nacional dos citrinos. Somos parceiros e facilitadores no processo de dar a conhecer o produto e a sua excelência.
A Mostra Silves Capital da Laranja é um exemplo disso. Nela, o Município promove tudo o que de bom existe na área dos citrinos, promovendo o já mencionado espaço de encontro.
Publicado na Voz do Campo n.º 223 (fevereiro 2019)