Uma equipa de investigadores de universidades norte-americanas e da Google DeepMind criou o CRISPR-GPT, um sistema de inteligência artificial que promete revolucionar a forma como são realizadas experiências de edição genética, tornando os processos mais rápidos, precisos e seguros.
Investigadores da Stanford University School of Medicine, Princeton University, University of California, Berkeley e da Google DeepMind anunciaram o desenvolvimento do CRISPR-GPT, uma ferramenta de inteligência artificial concebida para automatizar e otimizar experiências de edição genética baseadas na tecnologia CRISPR. O estudo, que detalha os resultados desta inovação, foi publicado na revista Nature Biomedical Engineering.
O CRISPR-GPT tem como objetivo simplificar várias etapas essenciais do trabalho laboratorial, incluindo a seleção dos sistemas CRISPR mais adequados, o planeamento das experiências, o desenho de RNA-guia, a escolha de métodos de entrega, a elaboração de protocolos, a conceção de ensaios e a análise de dados. A plataforma combina a capacidade de raciocínio de modelos de linguagem avançados com conhecimento especializado, técnicas de recuperação de informação e ferramentas externas. Além disso, integra mecanismos de segurança para prevenir a utilização indevida da tecnologia.
Nos testes iniciais, o sistema demonstrou resultados promissores: conseguiu desativar quatro genes utilizando CRISPR-Cas12a numa linha celular de adenocarcinoma pulmonar humano e ativar dois genes em células de melanoma humano através do CRISPR-dCas9.
Os cientistas consideram esta tecnologia um avanço significativo na edição genética guiada por inteligência artificial, com potencial para, no futuro, ser integrada em plataformas robóticas e laboratórios automatizados, acelerando descobertas científicas e aplicações na medicina de precisão.
Leia o estudo na Nature Biomedical Engineering.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.