A 24 de fevereiro 2021, foi notificado um foco de rinopneumonia equina (HVE-1) em Espanha. O foco foi confirmado pelo Laboratório Central Veterinário de Algete (Laboratório Nacional de Referência para As Doenças dos Equídeos), num centro equestre localizado no município de Godella (Valência), onde se realizou uma competição internacional de saltos a cavalo. Vários cavalos presentes no local do evento desenvolveram sintomatologia compatível com a doença, tendo sido confirmados vários casos.
A 3 de Março tivemos conhecimento de 4 casos em Portugal, sendo que apenas 1 deles apresentava a forma neurológica da doença (em recuperação), os restantes apenas apresentaram sinais clínicos referentes à forma respiratória (tosse e corrimento nasal, durante 3 a 4 dias). Nenhum destes animais esteve presente no evento de Valência.
A rinopneumonia equina é uma doença clínica dos equinos, altamente contagiosa, resultante da infeção por herpes vírus – 1 ( EHV-1) e herpes vírus – 4 (EHV-4), que afetam o aparelho respiratório superior e cuja gravidade depende da idade e do estado imunitário dos animais infetados. A infeção por herpes vírus – 1 ( EHV-1) pode causar complicações de maior gravidade tais como aborto, morte de potros recém-nascidos e alterações do sistema nervoso, podendo causar mieloencefalites.
Tal como outras herpesviroses, a infeção pode manter-se latente durante largos períodos de tempo, sendo reativada em situações de stress ou gestação. Podem também existir reinfeções múltiplas ao longo da vida dos animais, muitas vezes subclínicas.
A doença não representa qualquer risco de saúde para os humanos.
Muitas vezes esta infeção respiratória está na origem do cancelamento de eventos desportivos de cavalos.
Neste contexto, é importante evitar o contacto entre cavalos de origens e proveniências diferentes, pelo que não se recomenda a circulação de equinos e a sua participação em eventos e competições durante este período, incluindo os animais vacinados.
A vacinação dos equinos é recomendada mas não garante total proteção contra a rinopneumonia equina, podendo no entanto reduzir o impacto da doença.
Embora não exista nenhuma vacina autorizada para esta doença em Portugal, não há qualquer impedimento, do ponto de vista sanitário, para a vacinação em território nacional contra a rinopneumonia equina, devendo para o efeito ser efetuado o pedido de autorização de utilização especial de medicamento veterinário de acordo com o artigo 55º do Decreto-lei n.º 148/2008 de 29 de Julho alterado pelo Decreto-lei n.º 314/2009 de 28 de Outubro.
Para tal, deverá ser enviado para a DGAV o formulário específico para AUE (ver)