“Temos de mudar. Os nossos sistemas alimentares vão ter de mudar, porque os enormes desafios que existem neste momento para a sociedade são prementes”, alertou esta terça-feira Paulo Monteiro Marques, administrador da associação Colab4Food e assessor da direção da Sumol+Compal.
“Os três maiores problemas do futuro do sector agroalimentar – segurança alimentar, saúde e sustentabilidade – só se resolvem com tecnologia e ciência”. Palavras de biólogo espanhol Daniel Ramón Vidal, a quem coube o pontapé de saída da conferência Dare2Change, que decorre esta esta terça-feira no Porto e reúne académicos e especialistas em inovação e alimentação.
Daniel Ramón Vidal alertou que as alterações demográficas no mundo, entre as quais o aumento da densidade populacional e a crise de infertilidade, geraram um desafio adicional para quem trabalha no sector da alimentação.
Primeiro, pelo fator mais previsível da sustentabilidade, porque até ao final de 2023 metade da superfície do planeta estará ocupada por cidades ou terras de cultivo e há 200 anos havia só seis cidades com mais de um milhão de habitantes (Nova Iorque, Londres, Tóquio, Pequim, Berlim e Paris) enquanto atualmente são mais de 450.
Depois, uma condição menos óbvia: sem filhos, as famílias começaram a ter mais animais de estimação. Por exemplo, em Espanha a comida para animais domésticos cresceu 6% nos últimos três anos, mencionou o investigador. Logo, produzir de forma mais sustentável só é possível com o trabalho da academia e de quem desenvolve tecnologia (nanotecnologia, robótica, Inteligência Artificial, genómica, fermentação precisa…).
Como? Daniel Ramón Vidal sugere que atentemos no caso da startup portuguesa Chrysea Labs, financiada em quase 4 milhões de euros pelo Banco de […]