A descida do IVA não teve efeito na venda de conservas e seria “mais importante” para a indústria e para os consumidores que o cabaz de bens essenciais com taxa zero incluísse diferentes conservas, defendeu a indústria.
“No início do ano registou-se uma descida no IVA nas conservas de salmão e moluscos, o que é de salutar. A descida do IVA também abrangeu as sardinhas, o que, na realidade, não teve efeito prático, uma vez que a descida do IVA só se refletiu nas conservas com 50% de peixe […], com a agravante de que o subiu o IVA dos patés”, apontou, em resposta à Lusa, o presidente da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), José Maria Freitas.
Segundo a associação, estas medidas acabaram por não ter qualquer efeito na venda de conservas.
Para conter o impacto da inflação na carteira dos portugueses, o Governo lançou um conjunto de medidas, como a aplicação de uma taxa de IVA de 0% num cabaz de produtos alimentares essenciais.
A lista de produtos com IVA a 0% inclui o atum em conserva, bacalhau, pão, batatas, massa, arroz, cebola, brócolos, frango, carne de porco ou azeite.
O Pacto para a Estabilização e Redução de Preços dos Bens Alimentares foi celebrado entre o Governo, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
“Estamos obviamente muito satisfeitos que se tenham incluído as conservas de atum, mas seria muito mais relevante e importante, quer para a indústria, quer para o consumidor, se abrangesse outros tipos de conserva. Hoje já temos 34 espécies de peixe em conserva”, defendeu José Maria Freitas.