O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou hoje que Portugal vai contribuir com um milhão de euros para o Fundo Florestas Tropicais, tornando-se o segundo país depois do Brasil a declarar investimento neste fundo global.
“Decidimos integrar os países fundadores deste movimento que vai criar o fundo para a proteção da floresta tropical. Vamos dar uma contribuição financeira de um milhão de euros para este arranque”, frisou o primeiro-ministro, à margem do primeiro dia da cimeira de líderes que antecede a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), na cidade amazónica brasileira de Belém.
“É com muito entusiasmo e com o sentido de podermos dar um contributo que é decisivo para o futuro da humanidade, para o futuro de todos nós, conscientes de que tudo aquilo que fizermos a favor da preservação da biodiversidade, dos ecossistemas, do equilíbrio ambiental, seja em que parte do planeta for, terá repercussão nas nossas vidas”, frisou Luís Montenegro, aos jornalistas.
O primeiro-ministro enalteceu o facto de Portugal estar ligado desde o início ao Fundo Florestas Tropicais, num projeto que Luís Montenegro espera que “seja implementado e possa corresponder a maior capacidade de preservação no futuro”.
“Para que todos possamos viver melhor e, sobretudo, para que possamos deixar àqueles que cá estarão a seguir a nós um mundo sustentável com todas as condições para poder ter desenvolvimento económico e social”, sublinhou.
Na tarde de hoje, durante a cimeira, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, lançará o fundo global para a proteção das florestas tropicais, com o qual pretende pôr fim ao conceito de “doação” e promover investimentos e financiamentos que ajudem a manter as selvas.
O Brasil já anunciou cerca de mil milhões de euros para o começo do projeto. A proposta encabeçada pelo Brasil pretende remunerar países pela conservação das florestas tropicais, reservando 20% para povos indígenas e comunidades tradicionais.
Questionado sobre o facto de a União Europeia ter chegado a um acordo político para reduzir as emissões de CO2 em 90% até 2040, em relação a 1990, embora diluindo os objetivos com medidas que concedem maior flexibilidade aos estados-membros, Luís Montenegro avançou que Portugal teve um grande incremento e impulso juntos dos países europeus para que esta meta fosse acordada.
“Mas quero dizer que Portugal, para além desta posição que assume em termos europeus, tem efetivamente muito trabalho para apresentar em termos individuais”, frisou o chefe do Governo português.
Em concreto, Luís Montenegro recordou o “esforço enorme ao nível da produção de energias renováveis”, tendo Portugal encerrado 2024 “com 71% da energia produzida ser de fonte renovável”.
A cidade amazónica brasileira de Belém acolhe entre hoje e sexta-feira cerca de 60 chefes de Estado e de Governo que irão discutir o combate às alterações climáticas e demonstrar o que estão dispostos a fazer.
A Cimeira do Clima convocada pelo Brasil, que antecede a COP30, reunirá delegações de 143 países, das quais pouco mais de um terço serão chefiadas pelos respetivos líderes nacionais, com a ausência confirmada dos três líderes dos países mais poluidores do mundo – China, Estados Unidos e Índia.











































