Cerca de 60 mil hectares de culturas foram devastados por seca, inundações e pragas na província de Gaza, no sul de Moçambique, afetando quase 35 mil agricultores, anunciou a direção provincial.
“Perdemos cerca de 60 mil hectares de várias culturas, em vários distritos, associados a pragas, áreas inundadas, algumas secas”, disse Faustino Chuma, porta-voz da Direção Provincial da Agricultura e Pescas em Gaza, citado hoje pela comunicação social.
Segundo o porta-voz, todos os distritos daquela província, sobretudo os afetados, receberam insumos e 126 toneladas de arroz, 35 toneladas de milho, 74,4 toneladas de feijão vulgar, além de mapira [cereais] e hortícolas, para fazer face à perda de culturas.
Faustino Chuma avançou que decorrem também campanhas de sensibilização nas comunidades sobre o uso de produtos químicos para “reduzir pragas”, além de outras medidas para formar os produtores.
“Aparecem pragas que não têm inimigo natural, é preciso intervenção através de produtos químicos para a pulverização e nós incentivamos bastante a produção da biol, que é menos tóxico para a utilização e de algum modo reduz a intensidade de pragas”, acrescentou Faustino Chuma.
As autoridades moçambicanas disseram, na quarta-feira, que um total de 144 mil pessoas estão em situação de emergência no país e a necessitar de apoio, havendo também 114 mil crianças em desnutrição aguda.
“Os resultados da projeção de pós-choque mostram que, das cerca de dois milhões de pessoas dos distritos avaliados, 144.000 estão em situação de emergência, necessitando de um apoio”, disse na altura Judite Mussácula, secretária executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (Setsan), em Maputo.
Segundo a responsável, foram avaliados 24.400 agregados familiares em pelo menos 66 (dos 154) distritos moçambicanos.
Grupos de organizações da sociedade civil no país têm alertado para a urgência no combate à desnutrição infantil em Moçambique, situação agravada por fatores climáticos e de segurança.