O consumo de madeira de pinho em 2020 foi de 4,1 milhões de m3 sem casca. Este valor representou uma diminuição de 9,1% face a 2019. Para esta contração terá contribuído o contexto de pandemia e o seu impacto transversal na economia. No entanto, esta diminuição enquadra-se no intervalo de variação que se tem registado nos últimos anos, ou seja, não se pode afirmar que 2020 foi um ano excecional.
Relativamente à distribuição do consumo por subsetores da Fileira do Pinho, o setor mais relevante continua a ser a serração, com 39%, logo seguido pela produção de pellets, com 22%.
O Centro PINUS estima que o défice estrutural de madeira, isto é, em função da possibilidade de corte na floresta, ascendeu a 56,6% do consumo de madeira em 2020. É preocupante que neste contexto de défice acentuado de madeira, o setor energético tenha representado 27% do consumo de pinho, ou seja, quase 1/3 da madeira de pinho foi queimada, apesar de as evidências científicas não suportarem a neutralidade carbónica desta atividade. Este défice tem graves implicações para a sustentabilidade da Fileira e a competitividade do país, obrigando à importação de madeira. Entre os associados do Centro PINUS, que representaram 49% do consumo nacional de madeira de pinho em 2020, 28,1% deste consumo resultou de importação de madeira.