A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, I.P. acolheu a primeira reunião do Grupo de Trabalho previsto na Portaria n.º 270-A/2025/1, de 23 de julho, dos Ministérios do Ambiente e da Energia e da Agricultura e Mar visando desenvolver uma Estratégia Nacional para a Gestão da Macroalga Invasora Rugulopteryx okamurae.
No preambulo da Portaria o Governo destaca que a macroalga exótica Rugulopteryx okamurae, originária do Pacífico, se tem disseminado rapidamente pelas zonas costeiras, em particular no Algarve e, mais recentemente, em áreas do litoral da Área Metropolitana de Lisboa, como Cascais.
O seu comportamento invasor, marcado por elevada resiliência e capacidade de dispersão, gera impactos significativos na biodiversidade marinha, na atividade piscatória, nos usos balneares e na economia costeira local, preocupando os municípios do Algarve que tem assumido algumas ações de controlo e limpeza das áreas balneares ao longo dos últimos quatro anos.
A persistência e expansão do fenómeno exige uma resposta estratégica e articulada entre os diferentes níveis de governação – central, regional e local – com base numa abordagem técnica, científica e territorialmente adaptada, levou o Governo a estabelecer e aprovar uma Estratégia Nacional, cuja coordenação, acompanhamento, análise e concretização será da competência do Grupo de Trabalho agora constituído.
Tendo como objetivos estratégicos monitorizar e compreender a dinâmica de expansão da espécie em diferentes regiões do país; mitigar os impactos negativos nas zonas balneares, na pesca e na economia local; valorizar a biomassa recolhida com soluções circulares e inovadoras; reforçar a governança multissetorial e inter-regional na gestão de espécies exóticas invasoras; e, garantir uma resposta rápida e articulada através da elaboração de Planos de controlo, contenção ou erradicação de âmbito regional e um Plano de controlo, contenção ou erradicação de âmbito nacional, o grupo de trabalho respeitará os seguintes pilares de ação: Monitorização e Alerta Precoce; Resposta Operacional; Investigação e Inovação; e, Coordenação Institucional e Participação Pública.
A execução da estratégia será assegurada por um Grupo de Trabalho Interinstitucional, coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com a participação das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional , do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, IP; Área Metropolitana de Lisboa (AML); Universidade do Algarve; DGRM – Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos; autarquias locais das áreas costeiras afetadas; Região de Turismo do Algarve; Turismo de Portugal, IP; e, Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), entre outras entidades.
No Algarve, os Municípios de Lagoa e de Lagos , também a Universidade do Algarve e os centros de investigação e conhecimento em algas, têm estado na primeira linha de alerta e defesa de uma solução integrada de mitigação dos impactos desta alga invasora.
Fonte: CCDR Algarve